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Michel Temer não sabe se seguirá na articulação política do governo Dilma. | Ueslei Marcelino/Reuters
Michel Temer não sabe se seguirá na articulação política do governo Dilma.| Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Um dos principais aliados do vice-presidente Michel Temer, o ex-ministro Moreira Franco disse nesta segunda-feira (29) que o PMDB deve avaliar se ele continuará ou não à frente da articulação política do governo após a aprovação do ajuste fiscal no Congresso.

“Nós não estamos preocupados com outra coisa neste momento a não ser a aprovação do que consideramos importante para o País, que é o ajuste. A missão do Temer é aprová-lo. Depois do ajuste, aí vai ser feita uma avaliação”, disse Moreira ao jornal O Estado de S. Paulo.

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O vice tem sido pressionado a deixar a tarefa por setores do PMDB, que defendem um maior afastamento do governo. O assunto ganhou força após trechos da delação premiada do dono da construtora UTC, Ricardo Pessoa, virem a público.

Integrantes do partido avaliam que, como dois ministros próximos à presidente Dilma RousseffAloizio Mercadante (Casa Civil) e Edinho Silva (Secom) – foram citados, as acusações jogaram a crise dentro do Planalto e a permanência de Temer na coordenação política traria mais prejuízos do que benefícios ao PMDB.

As votações do pacote fiscal devem ser concluídas em julho. Uma das últimas votações importantes é a do projeto que reonera a folha de pagamento, aprovado na semana passada pela Câmara. No Senado, a análise deve começar na próxima semana.

Temer têm resistido à pressão. Segundo interlocutores, a avaliação é de que, ao deixar o cargo, ele iria precipitar o rompimento do PMDB com o governo, além de retirar suporte político da equipe econômica no meio da crise.

Cargos

O vice aproveitou a viagem de Dilma aos Estados Unidos para acelerar nomeações para o segundo escalão, na tentativa de pacificar a base. Temer chamou a presidente da Caixa Econômica, Miriam Belchior, e cobrou que mudanças acertadas com aliados nas vice-presidências do banco sejam efetivadas. Um dos maiores problemas diagnosticados pelo Planalto está no PP, que tem rachado em votações cruciais.

O partido, um dos alvos da Operação Lava Jato, passará a controlar duas vice-presidências da Caixa: o ex-presidente do Banco do Nordeste, Nelson Antônio de Souza, ligado ao presidente do partido, senador Ciro Nogueira (PI), foi indicado para a vice-presidência de Varejo e Atendimento. O PP deve manter a influência sobre a vice-presidência de Governo, hoje comandada por José Carlos Medaglia Filho.

Miriam vinha resistindo a promover esta e outras trocas negociadas para lotear a Caixa, mas a demora vinha sendo apontada como uma das razões para a infidelidade da legenda. Além das nomeações, foi tema dos encontros, que duraram praticamente o dia inteiro, a definição da pauta de votações no Congresso.

Estiveram com Temer os ministros Eliseu Padilha (Aviação Civil), Ricardo Berzoini (Comunicações), Aloizio Mercadante (Casa Civil) e os líderes do governo, senador Delcídio Amaral (PT-MS), e do PMDB, senador Eunício Oliveira (CE).

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