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Michel Temer pretende reduzir o número de ministérios. | Antono Cruz/ 
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Michel Temer pretende reduzir o número de ministérios.| Foto: Antono Cruz/ Fotos Públicas

O vice-presidente Michel Temer reclamou da pressão que tem sofrido para a composição de uma equipe ministerial e confirmou que pretende aguardar o possível afastamento definitivo da presidente Dilma Rousseff para reduzir o atual número de pastas. Dos atuais 32 ministérios, o peemedebista deve manter 29 em seu provável governo.

O corte “light” coloca Temer no mesmo patamar que o governo de José Sarney (1985-1989). Desde a redemocratização, os presidentes brasileiros vinham aumentando o número de ministérios ou de secretarias com status de primeiro escalão. O ápice foi com Dilma, no primeiro mandato: 39 ministérios.

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Com o acirramento da crise política e piora do cenário econômico em 2015, Dilma Rousseff promoveu uma reforma, para 31 pastas. Mas, em abril de 2016, com a decisão de levar Lula para a Casa Civil, foi criada a 32ª, para abrigar Jacques Wagner no Gabinete Pessoal da Presidência.

Inicialmente, aliados de Temer indicavam um corte mais profundo no ministério, posição que está sendo revista. “Ele disse que, na transição, não quer cometer um equívoco de extinguir uma coisa e depois ter de refazer ou enxertar em algum lugar. E que, como vai assumir provisoriamente, vai aproveitar para ver isso”, disse o deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), que se reuniu com o vice-presidente nesta quarta-feira (4).

Ainda nesta quarta-feira, deputados do PMDB demonstraram insatisfação com a possibilidade de Temer deixar o partido de fora de pastas que comandava no governo Dilma, como Saúde e Ciência e Tecnologia. O PSD de Gilberto Kassab também está descontente com a possibilidade de perder a pasta de Cidades e não conseguir a da Integração Nacional, que deve ir para o PSB.

25 partidos

Têm representação na Câmara dos Deputados atualmente. Desses, apenas PT, PCdoB, PDT, PSol encaminharam votação contra a admissibilidade do impeachment. Quase todos os demais estão levando pedidos de participação em cargos num eventual governo Michel Temer.

As intensas negociações com vários partidos têm levantado críticas de parlamentares que votaram a favor do impeachment de Dilma. “Investigado na Operação Lava Jato não pode virar ministro. É uma questão lógica e até de precaução. E também de coerência, já que nós, da oposição, sempre defendemos que ministros investigados no atual governo deixassem o cargo”, disse nesta quarta o deputado federal Rubens Bueno (PPS-PR).

Entre os cotados para o ministério de Temer, há vários nessa situação. O senador Romero Jucá (PMDB-RR), que deve assumir o Planejamento, é alvo de inquérito da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal. Outros citados em delação são Eliseu Padilha, Henrique Alves e Geddel Vieira Lima, o qual ainda não tem uma pasta definida.

Em relação às críticas sobre a montagem de seu ministério, que não terá o enxugamento previsto inicialmente nem será composto por notáveis, assessores de Temer argumentam que pode ser melhor ficar com o “ônus das críticas” e ter a garantia do “bônus” de uma base aliada com votos suficientes para aprovar medidas no Congresso, inclusive emendas constitucionais.

Um auxiliar de Temer disse que o governo do peemedebista tem de partir da realidade que não sai com os votos das urnas, o que sempre dá a uma nova administração o capital político de conseguir aprovar suas medidas no Congresso.

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