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Lidiane Leite, prefeita de Bom Jardim. | /Reprodução
Lidiane Leite, prefeita de Bom Jardim.| Foto: /Reprodução

Suspeita de desviar recursos de escolas municipais e foragida desde quinta-feira (20), a prefeita de Bom Jardim (a 275 km de São Luís) pretende se entregar “o mais rápido possível”, segundo seu advogado.

Conhecida por publicar nas redes sociais fotos em que aparece ostentando luxo, Lidiane Leite (PP) é investigada pela Operação Éden, da Polícia Federal, que apura fraudes em licitações, desvio de dinheiro e transferências bancárias irregulares.

Prefeita no Maranhão que ostenta luxo na internet foge após investigação

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“A situação dela é de absoluto sofrimento. Presa, ela já está. Não sei onde ela está, mas sei que ela está em situação de desconforto e querendo um desfecho para isso”, diz o advogado Carlos Sérgio de Carvalho Barros. “Ela não fugiu premeditadamente, não pensou em fugir, foi uma decisão momentânea, impulsiva. Ela nem sabia do que se tratava a operação.”

O advogado afirmou que ela pretende se entregar. Antes, porém, a defesa entrará com um pedido de habeas corpus.

“Ela quer se apresentar, estamos pedindo ao tribunal superior que não haja punição antecipada. Essa prisão é indevida e desnecessária. Ela nunca ameaçou ninguém, não ocultou provas e não causou embaraços”, diz.

Lidiane foi afastada da prefeitura em três ocasiões, duas delas a pedido da Câmara Municipal. Em abril de 2014, foi por improbidade administrativa; em dezembro de 2014, após determinação da Justiça; e em maio deste ano, por indícios de corrupção.

Na quinta-feira (20), foram presos Beto Rocha, marido da prefeita foragida e seu ex-secretário de Assuntos Políticos, e o também ex-secretário Antônio Cesarino, que havia sido afastado da pasta da Agricultura no ano passado após denúncias de corrupção.

Segundo o advogado, a prefeita nega as acusações. “Estão dizendo que ela ostenta dinheiro público, isso ela não fez. Não se pode prender alguém com base em ‘conversinha’ de Facebook, Whatsapp. Isso não é razoável. Estamos estudando o caso, mas a informação que já temos é que ela não se apropriou de nenhum recurso indevidamente”, afirmou Barros.

“Se houve qualquer irregularidade, erro, dolo, ela quer aprofundar essa investigação, saber como ocorreu, se foi de má-fé”, completou.

Como prefeita, Lidiane compartilhava “selfies” na rede social Instagram em que aparecia segurando taças de champanhe em micaretas, posando com um personal trainer ou com amigos em um jet ski.

Em uma postagem, diz a uma seguidora: “Antes de ser prefeita eu era pobre, tinha uma Land Rover. Agora estou numa SW4 [automóvel cujo modelo mais simples tem preço de tabela a partir de R$ 130 mil]. Devia era comprar um carro mais luxuoso porque graças a Deus o dinheiro está sobrando”.

E continuou: “Eu compro o que eu quiser, gasto sim como eu quero. Não estão nem aí para o que acham. Beijinho no ombro para os recalcados”.

Além da Polícia Federal, a investigação sobre desvios de recursos é conduzida pelo Ministério Público Federal e pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas), do Ministério Público maranhense.

A gestora é acusada de desviar recursos do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), do Pnae (Programa Nacional de Alimentação Escolar), da reforma das escolas e das refeições destinadas aos estudantes.

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