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Agentes da Polícia Federal conduzem Paulo Bernardo (de bege) para o avião que o levou preso de Brasília a São Paulo, onde estão concentradas as investigações contra o ex-ministro. | Evaristo Sá/AFP
Agentes da Polícia Federal conduzem Paulo Bernardo (de bege) para o avião que o levou preso de Brasília a São Paulo, onde estão concentradas as investigações contra o ex-ministro.| Foto: Evaristo Sá/AFP

A prisão de Paulo Bernardo, ex-ministro das Comunicações do governo Dilma Rousseff e do Planejamento de Lula, abre a fila de andamento de investigações contra ex-titulares de pastas dos governos petistas enrolados na Lava Jato. A maioria perdeu foro privilegiado depois do afastamento de Dilma ou deixou o cargo antes mesmo do início do processo de impeachment.

Assim, aos poucos, os pedidos de investigação estão sendo encaminhados do Supremo Tribunal Federal (STF) para a primeira instância. Na lista estão o ex-chefe da Casa Civil Jaques Wagner e os ex-ministros Edinho Silva (Comunicações) e Aloizio Mercadante (Educação), cujos processos já estão em Curitiba, Brasília e São Paulo, respectivamente.

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O caso do ex-presidente Lula – que foi nomeado por Dilma para a Casa Civil – também já está sendo investigado sob condução do juiz Sergio Moro, por determinação do ministro do STF Teori Zavascki.

Completam a relação José Eduardo Cardozo (ex-advogado-Geral da União) e Ricardo Berzoini (ex-secretário de Governo). Nesses dois casos, porém, ainda não houve decisão do STF sobre o foro de condução dos procedimentos.

O procurador do Ministério Público Federal (MPF) de São Paulo Andrey Borges de Mendonça ressaltou à Gazeta do Povo que há dificuldades de investigação quando ocorre mudança de juízo. O inquérito contra Paulo Bernardo, por exemplo, corre há quase um ano, e, até então, nenhum ato processual público havia sido tomado.

“Quando esse juízo não conhece os fatos é natural que tenha dificuldade para dar o primeiro passo. Essa é a dificuldade quando há o desdobramento”, disse Andrey. As investigações contra Bernardo e sua mulher, a senadora Gleisi Hoffmann (PT), vieram a público em agosto de 2015. Depois, subiram ao STF, por envolver a petista, que tem foro privilegiado. A Corte decidiu então desmembrar o caso, deixando a parte que trata de Bernardo em São Paulo.

Alta cúpula

Dentre os investigados que tiveram os processos desmembrados, Paulo Bernardo é o que possui um dos maiores pesos políticos. Há três anos, o portal iG o colocava em 30.º lugar numa lista com os 60 mais poderosos do país. Entre cinco estrelas classificatórias, ele ganhou duas em influência nas áreas social e política e três nos setores midiáticos e econômico.

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Na reportagem, o portal destacava que Bernardo era visto como um “curinga” no Planalto e que poderia assumir grandes missões no segundo mandato da presidente Dilma, já que tinha sob sua alçada grandes temas, como o marco civil da internet. Chegou a dividir espaço com a mulher, a senadora Gleisi Hoffmann, ministra-chefe da Casa Civil entre 2011 e 2014.

Em janeiro do ano passado, na segunda posse de Dilma, Bernardo deixou os bastidores do poder de forma melancólica, com a reforma ministerial que colocou Ricardo Berzoini em seu lugar. O ex-deputado federal pelo Paraná ocupava um cargo de importância em Brasília desde 2005, quando foi nomeado ministro do Planejamento pelo ex-presidente Lula.

Como destaca o deputado estadual Tadeu Veneri (PT), Paulo Bernardo deixou de atuar no partido há muito tempo, quando ainda era ministro do ex-presidente Lula. As visitas a Curitiba também têm sido raras, já que a família se estabeleceu em Brasília.

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