PSDB busca mostrar unidade, e critica o PT

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A convenção que ontem elegeu o senador mineiro Aécio Neves para a presidência nacional do PSDB foi marcada pelas críticas ao PT e pela tentativa do partido de demonstrar unidade.

A escolha de Aécio para comandar o partido pelos próximos dois anos é uma forma de deixá-lo em evidência desde já para a disputa presidencial contra Dilma Rousseff (PT) em 2014. O senador também organizará o partido em torno de sua pré-candidatura.

O ex-governador paulista José Serra, visto como principal adversário de Aécio numa eventual disputa interna pela candidatura à Presidência, mostrou que, ao menos por enquanto, não vai partir para o enfrentamento direto com o mineiro. Serra fez questão de aparecer na convenção.

Foi uma sinalização de trégua. E uma mostra de que o paulista pretende ficar no PSDB – especula-se que Serra tenha convites de outras legendas para concorrer ao Planalto. Mas, segundo aliados do paulista, isso não significa que ele desistiu de ser o candidato tucano em 2014.

A voz dissonante no PSDB acabou sendo a do senador paranaense Alvaro Dias. Ele passou rapidamente pela convenção. Ficou meia hora e foi embora sem aguardar a chegada de Aécio. Alvaro alegou estar gripado. Mas demonstrou seu descontentamento com a forma como o mineiro foi eleito para a presidência do partido. Chamou o processo de "não muito democrático". E revelou que isso deixa ressentimentos dentro do partido. "É claro que há mágoas."

O prefeito de Manaus (AM), Arthur Virgílio, admitiu que um dos desafios de Aécio será unir as forças partidárias internas. Virgílio também não poupou críticas ao governo do PT. Segundo ele, o combate à inflação é o principal problema da presidente Dilma Rousseff. Deputados tucanos chamaram ainda os petistas de "tiranos" e "irresponsáveis".

Em discurso, Aécio disse que é possível melhorar o país. Ele também não poupou críticas ao governo do PT. Condenou a inflação alta, o PIB fraco e as obras inacabadas. "O PT se conforma com a administração diária da pobreza", afirmou.