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Aécio Neves, José Serra, Fernando Henrique Cardoso e Sérgio Guerra já foram citados durante a Lava Jato. | /
Aécio Neves, José Serra, Fernando Henrique Cardoso e Sérgio Guerra já foram citados durante a Lava Jato.| Foto: /

As investigações da Operação Lava Jato apontam que diversos partidos teriam recebido propinas decorrentes de desvios da Petrobras.

A força-tarefa da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, além do próprio juiz federal Sergio Moro, já apontaram, porém, que casos de corrupção nesta e em outras estatais devem ser registrados há mais anos que o PT está no poder.

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Um dos partidos também envolvidos, além de PT, PMDB e PP, seria o próprio PSDB. Em depoimento, o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco citou, por exemplo, que havia desvios na Petrobras desde o governo Fernando Henrique Cardoso (1994-2001).

Em nota, o PSDB afirma que sempre apoiou as investigações decorrentes da operação Lava Jato. Quanto às citações de políticos tucanos no caso, o partido afirma que são “tentativas de nivelar por baixo a política brasileira”. “Todas essas citações vêm sendo desmentidas e os procedimentos referentes a elas serão arquivados por absoluta improcedência, como já ocorreu em relação ao senador Antonio Anastasia”, complementa a nota.

Veja, abaixo, quais os políticos tucanos já citados na operação e a situação de cada um deles.

Aécio Neves

Foto: George Gianni/ PSDB/Fotos Públicas

Em depoimento, o doleiro Alberto Youssef informou que, durante o governo tucano, entre 1994 e 2001, PP e PSDB dividiam cargos na direção de Furnas, estatal do setor elétrico. Youssef disse ter acompanhado, em 2002, a cobrança de uma dívida da Camargo Correa pelo PP, mas que “alguém do PSDB” já teria recebido o valor. O doleiro ressaltou não saber de quem se tratava, mas que tomou conhecimento de que quem teria influência em Furnas seria o então deputado federal Aécio Neves, que receberia recursos por meio de sua irmã.

Em outro depoimento, um dos responsáveis por repasses de valores a mando de Youssef, Carlos Alexandre de Souza Rocha, disse ter entregue R$ 300 mil a um diretor da UTC no Rio de Janeiro que teriam como destino final o senador tucano. Em depoimentos posteriores, porém, ambos desmentiram a versão.

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O possível envolvimento de Aécio na divisão de propinas de Furnas também foi citado pelo lobista Fernando Horneaux de Moura. Conforme relato, em 2002, depois da eleição de Lula, Moura ouviu do ex-ministro José Dirceu que Aécio Neves teria pedido ao novo presidente a manutenção de Dimas Toledo na diretoria da estatal.

Posteriormente, o lobista relatou que se encontrou com Dimas que, na oportunidade, teria confirmado que o esquema da Petrobras era repetido na estatal e que 1/3 dos 3% desviados de cada contrato eram repassados a Aécio.

Situação: a pedido da Procuradoria-Geral da República, o ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato, arquivou trecho de delação premiada que mencionava o senador Aécio Neves (PSDB-MG) como suposto destinatário de repasses de Furnas. O MPF abriu investigação sobre o depoimento de Fernando de Moura, que admitiu ter mentido em oitiva ao juiz Sergio Moro. Ainda não há resultado sobre a investigação do MPF.

Antonio Anastasia

Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, conhecido como Careca, afirmou que entregou, em 2010, R$ 1 milhão a mando do doleiro Alberto Youssef a uma pessoa que parecia ser o senador. O dinheiro serviria para abastecer a campanha eleitoral para o governo de Minas Gerais, em 2010. O doleiro admitiu ter mandado dinheiro, mas para uma pessoa de outro nome e endereço.

A Polícia Federal (PF) apontou ainda que recebeu denúncia confirmando o endereço em que o dinheiro teria sido entregue e relatou que havia encontrado ligações entre moradores do local e o senador.

Situação: em outubro de 2014, a pedido da Procuradoria-Geral da República, o ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki determinou o arquivamento do inquérito que investigava o senador. Apesar dos apontamentos da PF, a Procuradoria considerou não haver elementos mínimos para o prosseguimento da investigação.

Sérgio Guerra

Henry Milleo

O doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa relataram que, em 2009, o então presidente do PSDB cobrou R$ 10 milhões para ajudar a barrar investigações de uma Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras, aberta em julho de 2009 no Senado.

O dinheiro, conforme os delatores, foi entregue em 2010, depois que a CPI foi encerrada sem conclusões concretas, e seria usado para a campanha eleitoral daquele ano. A comissão investigava irregularidades em obras contratadas pela Petrobras, entre elas a da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Conforme Costa, o valor foi desembolsado pela construtora Queiroz Galvão, citada no caso.

Situação: como morreu em março de 2014, não houve abertura de inquérito contra o então senador. Não há informações sobre outra investigação em curso sobre a possível verba recebida por Guerra em nome do partido.

Fernando Henrique Cardoso

Wilson Dias/ABR

Relatório da Polícia Federal (PF), de outubro do ano passado, cita que o instituto do ex-presidente recebeu, entre dezembro de 2011 e dezembro de 2012, R$ 975 mil da Construtora Odebrecht, uma das empreiteiras envolvidas na Lava Jato.

A PF também analisou troca de e-mail entre a secretaria da presidência do Instituto FHC, um representante de uma entidade identificada como ‘APLA’ e um executivo da área cultural. Os três tratavam de uma possível palestra do ex-presidente, que acabou não ocorrendo.

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O documento foi incluído na investigação pois envolvia “suposto pagamento de valores por parte da Braskem”, empresa ligada a Odebrecht e também investigada pela Lava Jato.

Já o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró afirmou que a venda da petrolífera Pérez Companc envolveu uma propina de R$ 100 milhões ao governo FHC – as informações estão em um documento apreendido no gabinete do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), preso da Lava Jato.

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Além disso, a jornalista Mirian Dutra, com quem FHC manteve um caso extraconjugal, afirmou recentemente que a Brasif S.A. Exportação e Importação ajudou o FHC a enviar recursos para ela no exterior.Segundo Mirian, a transferência ocorreu por meio da assinatura de um contrato fictício de trabalho, com validade entre dezembro de 2002 e dezembro de 2006.

Situação: no início deste ano, a Justiça Federal do Rio de Janeiro aceitou a denúncia do Ministério Público Federal sobre esquema de pagamento de US$ 42 milhões em propinas entre 1997 e 2012 por meio de contratos de aluguel de navios-plataforma envolvendo representantes da empresa holandesa SBM Offshore e funcionários da Petrobras. Esta é a primeira ação penal que envolve suspeitas de desvios desde o governo do ex-presidente. Sobre os outros indícios levantados pela PF e pelo delator Nestor Cerveró, não há notícias de investigações. Em relação à denúncia da jornalista Mirian Dutra, o ministro da Justiça Eduardo Cardozo afirmou que o caso será analisado por uma área técnica da Polícia Federal.

José Serra

Henry Milleo/Gazeta do Povo

A 20ª fase da operação Lava Jato trouxe um nome ligado ao senador, o de Gregório Marin Preciado, empresário casado com uma prima do político. As investigações mostram que os repasses de US$ 15 milhões em propina da empresa belga Astra Oil para a venda da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, à Petrobras foram feitos por meio de contrato de consultoria com uma companhia chamada Iberbras, de propriedade de Preciado, que seria um dos beneficiários do esquema.

Situação: Preciado é um dos investigados da operação Lava Jato, mas ainda não foi denunciado.

“Um político do PSDB”

Em outubro do ano passado, o delator Leonardo Meirelles, um dos funcionários do doleiro Alberto Youssef, afirmou que o esquema de corrupção na Petrobras tinha a participação de um parlamentar do PSDB da região de Londrina, região Norte do Paraná. O nome deste político, porém, nunca foi divulgado.

Situação: não há informações sobre investigações envolvendo este parlamentar.

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