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Richa disse não temer retaliações do governo federal. | Valter Campanato/Agência Brasil/
Richa disse não temer retaliações do governo federal.| Foto: Valter Campanato/Agência Brasil/

Sob o comando do presidente de honra do PSDB, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, os seis governadores do partido, o presidente nacional Aécio Neves (MG) e líderes das bancadas da Câmara e Senado definiram uma posição conjunta em apoio ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A reunião foi realizada, segundo Aécio, para unificar o discurso e estratégias sobre o papel do PSDB “com serenidade” , apoiando os movimentos de rua, do Congresso, do Supremo Tribunal Federal e Tribunal Superior Eleitoral.

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O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (PSDB-MG), anunciou que o partido vai entrar nesta sexta-feira, 11, com uma ação na Justiça Federal, e não na Procuradoria-Geral da República (PGR), como ele havia afirmado mais cedo, para tentar impedir que a presidente Dilma Rousseff use espaços públicos ou eventos públicos para se defender do processo de impeachment.

“Vamos entrar com uma ação para impedir que a presidente continue usando o Palácio do Planalto para defender-se de acusações que são feitas a ela quanto ao impeachment”, afirmou. Para Aécio, o impeachment é uma questão pessoal e não de Estado. Na interpretação do tucano, a presidente não deve discursar ou convocar reuniões relacionadas a sua defesa no processo de impeachment no Palácio do Planalto. Ele citou como exemplo a reunião realizada na última segunda-feira, 7, entre a presidente e juristas, que assinaram manifesto contra o impeachment. O encontro aconteceu no Palácio do Planalto.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que há razões jurídicas para aprovação do impeachment, mas é preciso discutir uma série de reformas num pós-impeachment: da previdência, sistema eleitoral.

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“As razões são suficientes (para aprovar o impeachment). Como foi dito pelo vice-presidente Michel Temer em seu livro, esse é um processo jurídico/político. A presidente desrespeitou reiteradamente a Lei de Responsabilidade fiscal, tendo em vista a circulação de muito recurso lateral para programas sociais em ano eleitoral. É preciso se formar o clima político. Se esse clima político não se formar não há nada que derrube um presidente , que foi eleito. Mas o clima atual é que o Brasil está paralisado e um País como o Brasil não pode ficar parado esperando que as coisas se resolvam por si só”, disse Fernando Henrique.

Os líderes e Aécio garantiram que os governadores fecharam questão para apoiar o impeachment. Estiveram presentes os governadores Geraldo Alckmin (SP), Marconi Perillo (GO), Simão Jatene (PA) Pedro Taques (MT), Beto Richa (PR) e Reinaldo Azambuja (MS).

“Há um sentimento no PSDB que o impeachment ganha força e o esforço do partido é que esse debate se dê dentro do que propõe a peça assinada pelos juristas, com acusação de que a presidente Dilma cometeu crime de responsabilidade. Estaremos apoiando os movimentos de rua, mas com muita serenidade. O PSDB, com seus governadores e líderes, está coeso, convergente e sabendo qual será o seu papel no futuro. Foi uma reunião para afinar a orquestra”, disse Aécio.

O governador Geraldo Alckmin, de São Paulo, falou em nome dos demais chefes dos executivos estaduais. Disse que a grande discussão é se o atual pedido de impeachment da presidente Dilma tem amparo constitucional, e no seu entendimento, tem. “Não é um pedido golpista. Tanto é que o PT pediu impeachment dos presidentes Itamar Franco, Fernando Henrique e só não pediu de Lula porque era petista. O PT é o rei do impeachment”, declarou Alckmin.

O governador Beto Richa disse que foi uma posição unânime dos governadores e a avaliação repassada pelos líderes é que aumentam a cada dias chances de aprovação do afastamento de Dilma. Ele disse não temer retaliações do governo federal. “Sempre fui tratado a pão e água. Essa é uma decisão partidária”, disse Richa.

Mas as preocupações dos brasileiros, disse Fernando Henrique, não podem parar só na aprovação do impeachment da presidente Dilma, que é preciso fazer reformas e que sem isso não adianta trocar um por outro. “Não para nisso. E o que vamos fazer? É preciso mudar o comportamento ético, o sistema eleitoral que está falido, não funciona mais. Não é possível continuar com a atual desordem orçamentária. Há um ônus muito grande a ser resolvido também na Previdência”, defendeu Fernando Henrique.

Questionado se , numa eventual impedimento de Dilma e posse do vice Michel Temer, se ele apresentar um programa de reformas, o PSDB integraria um governo de transição, FHC brincou. “Aí você pergunta para o presidente do PSDB”.

“Os governadores do PT vieram respaldar as bancadas a favor do impeachment. Todos os governadores estão agora alinhados . O após, fica para depois”, confirmou o líder Cássio Cunha Lima.

O governador do Pará, Simão Jatene disse que o PSDB só pensará em apoiar um futuro governo de transição, se houver uma proposta de reformas profundas. “Não pode ser um governo repaginado para nos levar lá na frente ao que enfrentamos hoje. Se for para manter o que está aí, certamente o PSDB não vai apoiar”, disse Simão Jatene.

Sobre os movimentos de rua programados para o domingo, o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP) diz que não há expectativa de grandes multidões, porque é apenas um “esquenta” para uma outra grande manifestação que será agendada. Fernando Henrique disse que apoiará mas não sabe se estará na rua. “Eu estou sempre na rua”, brincou.

Sobre a ação que o PSDB vai entrar na Procuradoria Geral da República contra o uso de estrutura governamental para se defender do impeachment pela presidente Dilma, Fernando Henrique disse que é errada a prática, mas não acha um pecado mortal. “Graves são outras coisas que a Operação Lava Jato está desvendando”, disse Fernando Henrique.

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