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| Foto: Danilo Verpa/Folhapress

Quatro pessoas foram detidas nesta terça-feira (30) em São Paulo, após vários protestos contra o processo de impeachment de Dilma Rousseff terem causado um grande nó no trânsito da cidade nesta manhã. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, três pessoas foram levadas ao 11ª DP (Santo Amaro) e uma ao 13º DP (Casa Verde).

A polícia ainda não divulgou os motivos das prisões. As manifestações foram promovidas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e foram contrárias ao impeachment e ao corte de programas sociais.

Em nota, o MTST criticou as detenções, classificando-as de “totalmente arbitrárias”. Segundo o movimento, os três presos no 11º DP são militantes do movimento: Jussara Basso, Marcelo Lima e José Batista dos Santos. Já no 13º DP está preso Bruno Filipe Camacho, que somente “passava” por um local de protesto. O MTST disse que os presos estão sendo acusados de “suposto dano ao patrimônio” .

As manifestações ocorreram na Zona Leste, na altura da ponte da Casa Verde, na Zona Oeste, nos bairros de Butantã e Pinheiros, na rodovia Régis Bitteencourt e na região central da cidade.

Às 6h50min, o grupo interditava totalmente a Marginal Tietê no sentido Rodovia Ayrton Senna. Os manifestantes atearam fogo em pneus nas três pistas, expressa, local e central, na altura da Ponte da Casa Verde.

Na região do Butantã, em direção ao bairro de Pinheiros, o protesto bloqueou a ponte Eusébio Matoso e a Avenida Vital Brasil Filho. Um caminhão deixou pneus na via e os manifestantes atearam fogo.

Segundo agentes da CET, grupos chegaram em veículos utilitários carregados de pneus pouco antes das 7h. Em minutos, fizeram bloqueios nos cruzamentos das vias, atearam fogo nos pneus nos dois sentidos, inclusive em ruas laterais.

“Foi tudo orquestrado. Eles agiram rápido por volta das 7h estava tudo fechado”, conta um agente da CET.

Muitos passageiros dos ônibus optaram por descer e seguiram a pé.

Por volta das 8h, os manifestantes já tinham dispersado — parte seguiu de metrô —, porém o impacto no trânsito na região continuou. O congestionamento começava já na rodovia Raposo Tavares, sentido São Paulo, na altura do km 18.

A Marginal Pinheiros, na altura da Ponte Transamérica, também foi bloqueada por volta das 7h. Houve uma barricada com pneus pegando fogo.

A Rodovia Régis Bitencourt também foi bloqueada na altura do km 272 no sentido da capital paulista.

Mais cedo, a Avenida Nove de Julho foi bloqueada na altura do Vale do Anhangabaú. O grupo também ateou fogo em pedaços de madeira. Não há registros de feridos e nem de confusão.

Os manifestantes dos movimentos também condenaram a atuação policial contra o ato realizado na noite de segunda-feira na Avenida Paulista, região central da cidade, quando bombas de gás lacrimogêneo e efeito moral foram lançadas pela tropa de choque da Polícia Militar.

Em nota divulgada na manhã desta terça-feira, o MTST disse que as ações de hoje, que além de São Paulo ocorreram nas cidades de Fortaleza e Porto Alegre, “são expressão da resistência contra o golpe em curso no Brasil. Um golpe contra a soberania do voto popular, mas também contra os direitos sociais”.

A entidade diz que os “programas sociais, conquistados com muita luta, estão seriamente ameaçados pelo governo ilegítimo de Michel Temer. As contratações de moradia do programa Minha Casa Minha Vida permanecem suspensas”.

“Não aceitamos o golpe, nem contra a democracia nem contra nossos direitos. Não reconhecemos no Senado a legitimidade para decidir os destinos do país. A resistência seguirá nas ruas”, completa a nota.

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