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| Foto: Jonas Pereira/Agência Senado

Irritado com o que considera uma interferência indevida no Senado, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), pediu ao presidente Michel Temer que marque uma reunião com os representantes dos três Poderes nesta quarta-feira (26) para dar um “freio de arrumação” na relação. O encontro, previsto para ocorrer no Palácio do Planalto, deve contar com a presença da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), além de Temer e Renan.

Em conversa reservada na noite de segunda-feira (24), Renan Calheiros reiterou a reclamação sobre o ministro Alexandre de Moraes (Justiça), por ter dito que os policiais do Senado “extrapolaram” suas funções ao realizarem varreduras para detectar escutas nas casas de senadores. Mas, o presidente do Senado disse a Temer que não pedirá a “cabeça” de nenhum ministro e que cabe ao presidente da República demitir ou nomear quem quiser.

Renan disse a Temer acreditar que o problema é “muito mais amplo” que a fala que considerou desastrada do ministro da Justiça. A aliados, o presidente do Senado afirmou que é preciso estabelecer de forma clara a separação dos Poderes e que, se continuar como está, até mesmo a governabilidade estaria ameaçada.

O presidente do Senado pretende responder, ainda nesta terça-feira (25), às declarações da ministra Cármen Lúcia, que, mais cedo, pediu “respeito” ao Judiciário e saiu em defesa indireta do juiz Vallisney Souza, que autorizou a prisão dos policiais do Senado e foi chamado por Renan de “juizeco”. A interlocutores, Renan afirmou que fala a mesma linguagem de Cármen Lúcia quando pede respeito ao Legislativo.

“Assim como a ministra cobra respeito ao Judiciário, eu peço respeito ao Legislativo. O Senado tem sido vítima, reiteradamente, de abuso de juízes de primeira instância, que não têm competência para atuar nessa instância”, afirmou o presidente do Senado a aliados.

A reação de Renan nos dias que se seguiram à prisão dos policiais do Senado, na Operação Métis, gerou preocupação no Palácio do Planalto, onde a postura do peemedebista foi vista como um sinal de que ele pode causar dificuldades no momento em que o governo depende do Congresso para aprovar a pauta do ajuste fiscal. Está prevista para ser enviada ao Senado nesta terça-feira a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que estabelece um limite para os gastos públicos, e que o governo quer ver aprovada no Congresso ainda este ano.

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