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Renan Calheiros se exalta durante bate-boca na sessão do julgamento do impeachment no Seando | MARCELO CAMARGO/AFP
Renan Calheiros se exalta durante bate-boca na sessão do julgamento do impeachment no Seando| Foto: MARCELO CAMARGO/AFP

No final da tarde desta sexta-feira (26), em conversa com jornalistas, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), admitiu que estava arrependido e “profundamente chateado” com o episódio envolvendo a senadora paranaense Gleisi Hoffmann (PT). “Com certeza estou mais chateado do que a senadora”, disse ele.

Renan contou que “todo mundo muito desgastado com os nove meses do processo do impeachment” e que lamenta o episódio com a paranaense porque isso “desconstrói um exercício diário meu, que é o da tolerância”. Também disse que tem uma boa relação com a senadora, além de “muito respeito”.

“Foi uma reação desproporcional. Não é o meu estilo”, comentou ele. Ao final da conversa, Renan tentava apelar ao humor. “Nada tumultuará mais esta Casa do que este episódio”, brincou ele, ao ser questionado sobre como devem ser os próximos dias do julgamento do impeachment da presidente Dilma Rousseff.

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Assessoria distribui kit para desfazer o mal estar

A equipe de comunicação do presidente do Senado percebeu que o peemedebista exagerou nas declarações na manhã desta sexta-feira, ao dizer que conteve o indiciamento da senadora paranaense. No melhor estilo de gestão de crise, os assessores de Renan entregaram um dossiê, com pasta em letras douradas, reunindo todas as explicações do senador.

O kit foi entregue a jornalistas no comitê de imprensa do Senado, após uma nota pública de explicações já ter sido divulgada. A pasta timbrada da presidência do Senado unia documentos como uma carta ao presidente do STF, Ricardo Lewandowski, notas taquigráficas do momento em que Renan se exaltou em plenário e toda a documentação das manifestações que o Senado fez ao STF relativas ao caso Gleisi Hoffmann.

Tudo começou quando, após uma discussão no plenário, Renan resolveu pedir a palavra para acalmar os ânimos. Mas além de chamar o Senado de hospício, o senador ainda disse que operou para impedir o indiciamento de Gleisi e seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, no STF.

“Como uma senadora pode fazer uma declaração dessa? Exatamente, uma senadora que, há 30 dias, o presidente do Senado Federal conseguiu, no Supremo Tribunal Federal, desfazer o seu indiciamento e do seu esposo”, afirmou. A fala causou alvoroço no plenário e ampliou a confusão.

Aparentemente, a equipe de comunicação de Renan percebeu que a fala de Renan o colocaria em uma situação ruim também com os ministros do Supremo, já que dava a entender que o peemedebista teria alguma influência na Corte.

Na carta a Lewandowski, Renan informa que divulgou uma nota pública “para que não remanesçam dúvidas quanto à lisura do comportamento da Mesa Diretora do Senado”. Ele também pede que o comunicado seja lido no plenário do Senado.

A nota divulgada pela assessoria afirma que a fala de Renan se referia a uma reclamação institucional, feita formalmente pela Mesa Diretora do Senado ao Supremo, questionando a autorização de busca e apreensão no apartamento funcional de Gleisi e também ao seu indiciamento pela Polícia Federal.

“A reclamação 24.473 versa sobre a preservação da imunidade parlamentar na operação de busca de apreensão em imóvel do Senado Federal da senadora. Já na reclamação 23.585, que trata do indiciamento da senadora pelo delegado da Polícia Federal, o Senado Federal tentou desfazer ao indiciamento pela Polícia Federal”, afirma o comunicado.

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