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Chegamos ao primeiro mês de agosto do segundo mandato da presidente Dilma. Teremos mais três? Essa é a pergunta que o Brasil não sabe responder na data de hoje. É triste constatar que ainda faltam três longos anos para um governo que há pouco começou. Como encarar esse grande impasse? Infelizmente não há atores políticos no Brasil com credibilidade para sustentar uma repactuação política.

O maior problema que temos diante de nossos olhos é um modelo político ultrapassado que está sendo colocado em xeque sem que tenhamos claramente o que colocar no lugar. Esse problema é muito sério. Há uma sociedade que não suporta mais pagar a conta de um Estado enorme, custoso, ineficiente e injusto. Sim, é injusto porque temos privilegiados, temos aqueles que se apropriam do público em benefício particular desfigurando a República.

É contra isso que muitos vão às ruas. Há uma insatisfação generalizada com a corrupção, com os privilégios, com a impunidade e com o modus operandi da política brasileira. Pior para o PT, que teve 12 anos para alterar um modelo político velho e não o fez por oportunismo. A conta chegou e a insatisfação foi canalizada para a figura da presidente e a seu partido. Há razões para tanto e a sociedade sabe disso. Conexão estabelecida, paralisia de governo, o próximo passo é a ingovernabilidade.

A pergunta a ser respondida de imediato é como restaurar a credibilidade do governo e se isso é possível; portanto, qual a melhor saída? Penso que a credibilidade é o que sustenta o governante. Em momentos difíceis o pacto de governabilidade se dá quando os atores políticos têm credibilidade. Não parece o caso da atual presidente e isso justifica o temor do petismo em relação ao futuro do governo.

É nessa hora que vale tudo. Até Renan Calheiros passa a bem-aventurado. Salvar o mandato é a premissa número um. Pois bem, e o Brasil? Pode esperar? Não me parece correto, pois há uma crise econômica junto com a política e é aquela que é mais perniciosa para a população. Pensar no Brasil deve ser o objetivo principal e por ele devemos nos unir.

Para a crise econômica o melhor é a renúncia. Mas para a crise política, só a renúncia não basta. É preciso repensar o modus operandi do modelo brasileiro. Junto com os atos do dia 16 é preciso que se atente para alguns males que nos assolam e que não serão resolvidos enquanto não se equacionar as relações patrimonialistas estabelecidas historicamente no seio da “res publica”.

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