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O deputado federal Ricardo Barros: na contramão das reclamações da PF. | Henry Milléo/ Gazeta do Povo
O deputado federal Ricardo Barros: na contramão das reclamações da PF.| Foto: Henry Milléo/ Gazeta do Povo

Policiais federais têm reclamado que o orçamento de 2016 é prejudicial à instituição e pode pôr em risco a Operação Lava Jato. O alvo das reclamações tem sido o deputado federal paranaense Ricardo Barros (PP), relator-geral do orçamento. Barros nega que a medida ponha em risco o trabalho da PF. Diz que o valor destinado para o ano que vem é de R$ 5,5 bilhões e que o corte de 3% não afetará o trabalho, já que em 2015 foi usado só 74% do orçamento previsto. Veja a entrevista:

A PF reclama dos cortes no orçamento de 2016. Como o sr. responde a isso?

A reclamação é extemporânea. Na aprovação do orçamento, ninguém me procurou para reclamar. Várias instituições reclamaram de cortes e foram feitos destaques de plenário para recompor parte da verba. Não entendi muito bem o porquê dessa confusão, da tentativa de pessoalizar a crítica. Parece que eles estavam culpando o [ministro da Justiça, José Eduardo] Cardozo . Aí fizeram as pazes com o Cardozo e passaram a reclamar de mim. Mas a culpa é deles mesmos, que não se mobilizaram.

“Várias instituições reclamaram de cortes e foram feitos destaques de plenário para recompor parte da verba. Ninguém [da PF] me procurou para reclamar.”

Qual o motivo dos cortes?

Por mim, tinha cortado R$ 10 bilhões do Bolsa Família. Mas o governo não quis, aí precisamos fazer os cortes. Todos têm que contribuir com o ajuste fiscal. Agora, eles podem conseguir a recomposição por decreto no Ministério do Planejamento.

Como foi a decisão de cortar verbas da PF?

Recebi o orçamento com um corte de R$ 120 milhões para a PF. Tivemos que fazer os cortes por causa do ajuste. Fiz o que tinha que fazer, cortei linearmente. Quem quisesse podia até reclamar. Mas era preciso ter 60 assinaturas para conseguir o destaque e eles não fizeram isso.

Há insinuações de que seria interesse do Congresso parar a Lava Jato. O sr. vê ligação entre as coisas?

Nenhuma. A PF executou 74% do orçamento que tinham para 2015 e as investigações avançaram, não há como negar. Não há por que reclamar de um corte de 3% para o ano que vem.

Qual a importância para o sr. de relatar o orçamento?

Foi importante discutir com todos os setores. Evidentemente que crescemos à medida que fazemos esse trabalho. Conseguimos melhorar o conceito com os colegas. E como eu disse, só tem uma reclamação no orçamento inteiro, que é esse da PF.

No Conselho de Ética o sr. votou contra o relatório que abriu processo de investigação contra Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Por quê?

Votei por recomendação do partido. Votei contra o parecer do relator, mas havia três votos em separado, todos pela admissibilidade do processo. O fundamento do relatório do deputado Fausto Pinato (PRB-SP), base do relatório apresentado depois pelo deputado Marcos Rogério (PDT-RO), era o fato de Cunha ter sido investigado na Lava Jato. Está errado. O [senador Antonio] Anastasia (PSDB-MG) foi investigado e inocentado. O problema do Cunha era ter ou não mentido na CPI da Petrobras. Por isso, preferia o voto em separado, que também abriria o processo, e era mais bem feito.

O que o sr. acha que acontecerá agora com Cunha?

A votação [que abriu o processo contra ele] vai ser cancelada. Tenho convicção. O pedido de vistas que foi negado ao relatório do Marcos Rogério era regimental.

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