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Rossoni: “[Se eu for cassado,] tem que cassar a Dilma, o Serra, o Beto” | Nani Gois/Alep
Rossoni: “[Se eu for cassado,] tem que cassar a Dilma, o Serra, o Beto”| Foto: Nani Gois/Alep

Contra a privatização

Manifestantes contra a privatização de empresas estatais lotaram as galerias da Assembleia Legislativa ontem. A sessão chegou a ser interrompida por alguns instantes até que o barulho cessasse. O assunto voltou à tona após o governo estadual encaminhar para a Assembleia um projeto de criação de uma agência reguladora de serviços públicos. A proposta foi retirada de pauta para modificações. O líder do governo na Assembleia, Ademar Traiano (PSDB), garantiu que não há planos de privatização de empresas públicas. O presidente do Legislativo, Valdir Rossoni, foi vaiado pelos manifestantes quando admitiu que votou pela venda da Copel. E logo depois foi aplaudido quando disse que tal voto teria sido "o maior erro que cometeu na vida". A manifestação comemorava ontem os 10 anos da invasão da Assembleia em protesto contra a privatização da empresa de energia. (KB)

Traiano admite que indicou irmão ao porto

O deputado estadual Ademar Traiano (PSDB), líder do governo na Assembleia Legislativa do Paraná, reconheceu ontem que indicou o irmão para ser contratado como funcionário do Porto de Paranaguá e que ele foi escolhido por ter trabalhado na campanha de Beto Richa.

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  • Assembleia: 85 faltas registradas no mês.

Para se defender da acusação de ter cometido irregularidades na prestação de contas de sua campanha eleitoral em 2010, o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), Valdir Rossoni (PSDB), declarou ontem que muitos políticos que não tiveram o mandato contestado pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) também teriam adotado a mesma prática pela qual ele é acusado.

Rossoni disse que vários políticos usaram um único cheque para pagar várias despesas ao mesmo tempo – o que, segundo o MPE, dificulta a fiscalização de ilegalidades nas contas de campanha. "Então [se eu for cassado] tem que cassar a Dilma [Rousseff], o [José] Serra, o Beto [Richa]", declarou, na tribuna da Assembleia. De acordo com ele, as campanhas da presidente e do tucano para a Presi­­dência da República e de Beto Richa para o governo do Paraná, também utilizaram o recurso do chamado "cheque guarda-chuva", que vale para várias despesas.

Rossoni, que está sendo julgado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) por uso de cheques guarda-chuva, reclamou que estaria recebendo "tratamento diferenciado" pelo MPE. Segundo o tucano, outros políticos que usaram a mesma estratégia na gestão financeira da campanha não são alvos de investigação. "Não vou aqui citar outros deputados", disse, enfatizando que colegas da Assembleia também teriam usado o recurso contábil.

Rossoni afirma que teve a prestação de contas aprovada pelo TRE e que todas as despesas de campanha têm nota fiscal correspondente. E reiterou que não fez caixa 2.

O TRE-PR adiou para a próxima semana o julgamento do pedido de cassação do mandato de Rossoni. O caso começou a ser analisado na segunda-feira, mas um pedido de vista ao processo interrompeu a votação. Dois dos sete integrantes do tribunal já votaram e o julgamento está empatado em 1 a 1. O Ministério Público Eleitoral acusa o parlamentar de não ter comprovado gastos de R$ 74 mil na campanha de 2010.

O deputado estadual Rasca Rodrigues (PV) reconheceu que também usou o cheque guarda-chuva para o pagamento de despesas agrupadas. Ele citou que teria feito isso na cobrança de pedágio. Segundo Rasca, só é possível pagar pedágio em dinheiro e seria totalmente inviável pagar cada tarifa com um cheque isolado. O deputado afirma que recebeu verbalmente a orientação do próprio TRE-PR para pagar as despesas agrupadas. "Primeiro fixaram que o valor poderia ser de até R$ 1 mil. Depois, diante das dificuldades, disseram que aceitariam cheques de até R$ 5 mil. Mas voltaram atrás e limitaram novamente em R$ 1 mil", contou.

Richa

Sobre o uso de cheque guarda-chuva na campanha eleitoral de Beto Richa, o coordenador financeiro do comitê da campanha de 2010, Fernando Ghignone, atual presidente da Sanepar, se limitou apenas a dizer que "tudo foi feito de acordo com a lei". "As contas [do Beto Richa] foram apresentadas ao TRE antes dos demais candidatos e foram aprovadas sem restrições", declarou.

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