Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
para esclarecer

Se Moro for para o STF, quem fica com a Lava Jato em Curitiba?

Regimento interno do TRF4 prevê que qualquer juiz federal pode pedir transferência para atuar na 13ª Vara Federal, onde ficam os processos da Lava Jato

Sergio Moro, o homem forte da Lava Jato na primeira instância | Marcos Oliveira/Agência Senado/Arquivo
Sergio Moro, o homem forte da Lava Jato na primeira instância (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado/Arquivo)

Desde a morte do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, na última quinta-feira (19) vários setores da sociedade começaram uma campanha para que o juiz federal Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato em primeira instância, em Curitiba, seja indicado para a vaga na Corte. Inicialmente, a proposta surgiu porque, de acordo com o regimento do STF, quem herdaria os processos da Lava Jato deixados por Zavascki seria o seu sucessor, indicado pelo presidente da República.

Caso Moro assumisse o cargo de ministro do STF, os processos da Lava Jato em primeira instância não seriam mais julgados por ele. De acordo com o regimento interno do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), um edital de remoção seria aberto na 13ª Vara Federal, onde atua Moro, para substituí-lo.

Com isso, qualquer juiz federal que atue sob o guarda chuva do TRF4 poderia pedir transferência para Curitiba e assumir os processos da Lava Jato. Caso haja mais de um interessado, os nomes passam pelo julgamento do Conselho de Administração, formado pelo presidente do TRF4, pelo vice-presidente, corregedor e mais dois juízes federais. O critério para a escolha é de antiguidade – fica com a vaga o juiz que atue há mais tempo.

Até a decisão, quem comandaria os processos seria a juíza substituta da 13ª Vara Federal, Gabriela Hardt. Ela já é responsável por substituir Moro em períodos em que ele precise de afastar do trabalho ou esteja de férias.

Especialização

A 13ª Vara Federal, em Curitiba, é onde correm os processos da Lava Jato por ser o setor da Justiça Federal especializado em crimes de lavagem de dinheiro. O próprio juiz Sergio Moro tem várias especializações na área, o que, segundo integrantes da força-tarefa, torna o trabalho mais célere.

A especialização do juiz, porém, não é um critério para que ele ocupe uma eventual vaga deixada por Moro, caso o paranaense seja escolhido para a vaga de ministro do STF. O critério, de acordo com o regimento interno do TRF4, é a antiguidade.

Lava Jato no STF

Uma alternativa no regimento do STF permite que a presidente Cármen Lúcia sorteie outro relator para a Lava Jato entre os ministros que já atuam na Corte, por se tratar de um “caso extremo”, o que deve acontecer em breve.

Mesmo sem a possibilidade de Moro assumir a relatoria da Lava Jato no Supremo, a campanha pela indicação do paranaense continua. A bancada do Paraná na Câmara dos Deputados estuda levar o nome de Moro oficialmente ao presidente Michel Temer (PMDB) depois da eleição do novo presidente da Casa. A Associação dos Juízes Federais (Ajufe) está montando uma lista tríplice com indicados para a vaga de Zavascki em que Moro deve ser o favorito.

A palavra final, porém, é do presidente Michel Temer (PMDB). Atualmente, o mais cotado para o cargo é o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra Martins Filho.

Principais Manchetes

Tudo sobre:

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.