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Delcídio do Amaral está preso, mas ainda é, oficialmente, o líder do governo no Senado | Antônio Cruz/ Agência Brasil/Fotos Públicas
Delcídio do Amaral está preso, mas ainda é, oficialmente, o líder do governo no Senado| Foto: Antônio Cruz/ Agência Brasil/Fotos Públicas

Apesar de estar preso desde 25 de novembro de 2015, o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) ainda é, oficialmente, o líder da bancada do governo no Senado. A prisão ocorreu antes do início do recesso parlamentar, mas os senadores governistas deixaram para depois do carnaval a indicação do novo líder.

Outra posição oficial ocupada pelo senador, a de presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), deve ser assumida pela senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) – que foi líder do governo em 2014.

A decisão final sobre a liderança da bancada governista é tomada pelo governo. Ela também não é um cargo necessariamente restrito ao PT. Senadores de outros partidos, como Blairo Maggi (PR-MT), chegaram a ser ventilados como possíveis substitutos de Delcídio logo após sua prisão. Nesse ínterim, a função vem sendo desempenhada por José Pimentel (PT-CE).

Nos bastidores, especula-se que a escolha esbarra na falta de interesse dos próprios senadores de assumir a função. O líder terá que fazer a articulação de pautas impopulares entre os parlamentares, como a recriação CPMF, e mediar as diferenças cada vez mais fortes entre a bancada do próprio PT e o governo – sem contar os partidos aliados.

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Outra pendência deixada com a saída de Delcídio é a presidência da Comissão de Assuntos Econômicos. Neste caso, a solução parece encaminhada. A bancada do PT indicou Gleisi para ocupar o cargo, e depende, agora, da aprovação dos membros da própria comissão. Há um acordo partidário para que, neste ano, a presidência seja comandada pelo PT. Entretanto, pelo regimento, os senadores podem romper o acordo.

Trata-se de uma comissão particularmente importante. Todas as medidas do governo para lidar com a crise econômica que envolvam mudanças legais passam pela comissão e cabe ao presidente o controle da pauta.

A comissão também é responsável por liberar operações de crédito a estados e municípios. Em 2014, Gleisi foi acusada pelo governador Beto Richa (PSDB) de interferir politicamente para evitar que empréstimos ao estado fossem autorizados – na comissão, ela votou a favor das medidas e negou as acusações.

Investigados na Lava Jato

Delcídio foi preso acusado de obstruir as investigações da Lava Jato, ao ser gravado oferecendo um plano de fuga ao réu Nestor Cerveró. Líderes em potencial do governo, incluindo a própria Gleisi e Lindbergh Faria (PT-RJ), são investigados pela mesma operação – além deles, outros dez parlamentares do PP, PTB, PMDB, PTB e PSDB estão na lista. Esse, entretanto, não parece ser o motivo da demora na escolha. Nesta semana, o PT manteve Humberto Costa (PT-PE), também investigado, na liderança do partido.

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