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Canziani com Barros: paranaenses na lista. | Wenderson Araujo/Wenderson Araujo
Canziani com Barros: paranaenses na lista.| Foto: Wenderson Araujo/Wenderson Araujo

O Paraná tem sete parlamentares entre as cem “cabeças” do Congresso, segundo levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). A edição deste ano da pesquisa, que busca identificar os congressistas mais influentes, foi divulgada na tarde desta segunda-feira (31). Esse número coloca o Paraná na sexta posição em influência no Congresso.

O número é igual ao da edição de 2014, mas os nomes mudaram. Alex Canziani (PTB) e Ricardo Barros (PP) ingressaram na lista no lugar de Dr. Rosinha (PT) e Eduardo Sciarra (PSD) – que não tentaram a reeleição no ano passado. Canziani havia sido identificado como um nome em ascensão no ano passado. Já Barros, que não era deputado na legislatura passada, aparece pela sexta vez na lista – a última vez foi em 2009.

Além dos dois “novatos”, aparecem na lista os três senadores do estado, Alvaro Dias (PSDB), Gleisi Hoffmann (PT) e Roberto Requião (PMDB), e os deputados Rubens Bueno (PPS) e Luiz Carlos Hauly (PSDB).

Ao contrário do ano passado, porém, nenhum paranaense consta como um deputado em ascensão – em 2014, Canziani, Fernando Francischini (SD) e Fernando Giacobo (PR) estavam na lista. Ao todo, 50 deputados e senadores do país foram listados nessa categoria.

A lista

Esse levantamento do Diap, feito desde 1994, é uma espécie de guia para saber quais deputados e senadores lideram as ações nas duas Casas. Neste ano, 62 deputados e 38 senadores estão na lista.

Os parlamentares são identificados de acordo com cinco características. Os debatedores, grupo mais numeroso, são os parlamentares capazes de dar visibilidade aos principais assuntos políticos – entre os paranaenses, Dias, Gleisi, Requião e Bueno aparecem nesse grupo. Já os articuladores são os congressistas capazes de dialogar com vários grupos políticos e criar consensos – o único paranaense é Canziani.

Os formuladores são os deputados especializados em apresentar e relatar projetos importantes, geralmente em áreas especializadas – Hauly e Barros estão identificados nesse grupo. Por fim, há os negociadores, responsáveis por dirigir as votações, e os formadores de opinião, parlamentares dedicados aos grandes temas nacionais – nenhum paranaense foi incluido nesses dois grupos.

Lava Jato

Em tempos de Operação Lava Jato, o Diap teve que incluir uma observação importante: a avaliação leva em consideração tão somente a influência dos parlamentares, logo, questões éticas e morais não são levadas em conta. “O fato de ser influente não significa, necessariamente, que utilize sua influência apenas para o bem”, diz o relatório.

A precaução faz sentido. Nada menos do que 11 deputados e senadores citados na lista são alvo de investigação no âmbito da Lava Jato, sendo que dois deles já foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República – Fernando Collor (PTB-AL) e Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A lista sob investigação inclui também Gleisi, Renan Calheiros (PMDB-AL), Valdir Raupp (PMDB-RO), Romero Jucá (PMDB-RR), Antônio Anastasia (PSDB-MG), Humberto Costa (PT-PE), Ciro Nogueira (PP-PI), Lindbergh Faria (PT-RJ) e Eduardo da Fonte (PP-PE).

Novos tempos

A edição de 2015 da lista dos “cabeças” do Congresso também se destaca por suas ausências. Os senadores José Sarney (PMDB-AP), Eduardo Suplicy (PT-SP) e Pedro Simon (PMDB-RS) e o deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE) foram considerados “cabeças” do Congresso em todos os levantamentos feitos desde 1994, mas não se reelegeram em 2014 – Sarney e Inocêncio não foram candidatos, Suplicy e Simon perderam a disputa.

Assim, apenas um congressista pode dizer que esteve presente em todos os levantamentos: o senador Paulo Paim (PT-RS). Entre os paranaenses, Hauly é quem mais apareceu na lista: 19 vezes, ficando de fora somente nos três anos em que foi secretário da Fazenda – de 2011 a 2013.

Partidos

Principais partidos de situação e oposição, respectivamente, o PT, com 24, e o PSDB, com 14, são os partidos mais bem representados na lista. O PT chama a atenção proporcionalmente, também: quase 30% dos parlamentares do partido foram incluídos na “elite” do Congresso, o terceiro maior índice. Apenas PCdoB e PSol, com mais da metade de suas bancadas entre os principais líderes do Congresso, aparecem melhor.

Já o PMDB, que tem o maior número global de parlamentares e as duas presidências, aparece com apenas 12 congressistas entre os mais influentes. Isso equivale a 14% da sua bancada – contra 21% do PSDB e 19% do PSB, por exemplo.

Outros partidos grandes surpreendem pela ausência de lideranças na lista. O PSD, que tem 40 congressistas, emplacou apenas um nome. PROS e PRB também aparecem com apenas um representante, mesmo tendo bancadas médias. Já o PV, que tem oito deputados, não conseguiu emplacar nenhum.

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