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Talvez o eleitor até já tenha esquecido em quem votou na eleição passada. Muitos parlamentares, no entanto, nunca esquecem as datas de aniversários e sabem das mudanças de emprego ou endereço. Toda essa atenção pode ser sinal de que o político seja usuário de sistemas de gerenciamento, que fazem sucesso em vários gabinetes.

Um exemplo é o "Gestor Político", programa de informática desenvolvido em Curitiba e já usado por 70 % dos parlamentares paranaenses nas esferas federal e estadual. O serviço, segundo informa o próprio site, "foi desenvolvido para organizar e dar agilidade às ações internas e externas do gabinete, num ambiente on-line, necessitando apenas de um computador conectado a internet".

Segundo o analista de sistemas e criador da ferramenta Rodrigo Dziedzik, trata-se de um ERP – sigla em inglês que no Brasil costuma se traduzir para Sistemas Integrados de Gestão Empresarial – transportado para a estrutura política. "O objetivo é a administração dos dados e das execuções do gabinete e da estrutura política. Com estas informações na mão, a possibilidade de erro e falha diminuem consideravelmente, além de comprovadamente garantirem uma significativa economia de papel", garante Dziedzik.

Facilidades

O sistema ajusta a agenda do gabinete, do parlamentar e seus assessores, avisando-os automaticamente dos seus compromissos agendados. Todas as ações de telemarketing, organização de eventos e entrega de matérias de campanha também são planejadas. Os relatórios do sistema ainda trazem informações importantes como: número de eleitores de um município, quantos votos o parlamentar fez na cidade, quantos votos os concorrentes fizeram, se os prefeitos fazem ou não parte da base política, quantos atendimentos e os andamentos das solicitações do município, bem como as emendas.

Até cartões de aniversário ou congratulações às cidades são enviados automaticamente por e-mail. Um sistema de geoprocessamento consegue identificar por cidade, bairro e até rua, os eleitores cadastrados, as solicitações atendidas e em andamento, bem como as emendas solicitadas pelas cidades.

Cada deputado usuário do gestor paga um termo de adesão e uma taxa mensal de R$ 380. O valor costuma ser abatido da verba de ressarcimento dos gabinetes – nas rubricas de serviços de informática, consultoria e divulgação da atividade parlamentar. Parlamentares, como o presidente da Assembleia, Valdir Rossoni (PSDB) e Alexandre Curi (PMDB), deputado estadual mais votado no estado, usam a ferramenta. Na esfera federal, a empresa mantém um representante em Brasília, que atende o PMDB, PP, PDT, PSDB, DEM e PSC.

Dziedzik explica que a ideia do sistema nasceu dentro da sala de aula. Ele era professor de análise de sistemas em faculdades privadas e muitos de seus alunos eram assessores parlamentares. Em um exercício de sala, os alunos identificaram a precariedade dos sistemas existentes em gabinetes. "A maioria era sistema básico de mala direta, simplesmente para guardar os dados captados nas campanhas. Olhan­­do para este cenário começamos a vislumbrar um sistema que capta estes dados e os transformam em informação política", explica.

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