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reforma política

Unificação das eleições pode provocar renúncias em massa de governantes

Prefeitos que não renunciassem poderiam ficar até 5 anos sem mandato

Ducci: se regra já valesse, não seria deputado hoje. | Marcelo Andrade
Ducci: se regra já valesse, não seria deputado hoje. (Foto: Marcelo Andrade)

Em discussão na reforma política, a unificação das eleições tende a elevar o número de renúncias de prefeitos, principalmente, para disputar outros cargos antes de completarem os mandatos que exercem. Caso seja aprovada a unificação, os eleitores escolheriam de uma só vez presidente, governador, senadores, deputados federais e estaduais, prefeito e vereadores.

Como chefes do Executivo não podem disputar eleição para outro cargo no exercício do mandato e com o fim reeleição já aprovado, eles teriam de renunciar para concorrer. A situação seria pior para prefeitos, que hoje cumprem o mandato e precisam esperar apenas dois anos para tentar alguma vaga de deputado, governador ou senador. Com a unificação, o tempo de espera seria bem maior – quatro ou cinco anos, nesse último caso se o Congresso aprovar a ampliação dos mandatos, assunto também em discussão no Parlamento.

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Se a unificação estivesse valendo em 2012, os habitantes de 60% das cidades paranaenses com mais de 100 mil habitantes poderiam ter visto seus prefeitos deixarem os cargos antecipadamente. Em 12 das 20 maiores cidades do Paraná, tudo indica que os prefeitos renunciariam antes do fim dos mandatos para disputar uma eleição.

Em Curitiba, o prefeito Luciano Ducci (PSB) disputou e perdeu a reeleição em 2012, mas se elegeu deputado federal dois anos depois. Em Londrina, o prefeito em exercício em 2012 era Gérson Araújo (PSDB), que disputou com sucesso o cargo de vereador naquele ano. Em Cascavel, Edgar Bueno (PDT) foi reeleito em 2012. Já Ivan Rodrigues (PSD) perdeu a tentativa de reeleição em São José dos Pinhais – ficaria cinco anos sem disputar um novo cargo com a unificação das eleições.

Em Colombo, José Antonio Camargo disputou e perdeu a eleição para deputado estadual em 2014, depois de dois mandatos como prefeito, mesma situação de José Baka Filho (PDT) em Paranaguá, que perdeu eleição para deputado federal. Albanor Zezé (PSDB) era prefeito de Araucária e perdeu a reeleição em 2012. Em Toledo, José Carlos Schiavinato (PP) elegeu-se deputado estadual em 2014, depois de dois mandatos de prefeito.

Outras cidades que poderiam estar nessa situação são Apucarana, onde João Carlos de Oliveira (PMDB) perdeu a reeleição em 2012; e Pinhais, que reelegeu Luizão Goulart (PT); assim como Umuarama, com Moacir Silva (PDT); e Cambé, com João Pavinato (PSDB).

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