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Preso em novembro na 7.ª fase da operação Lava Jato, Leite foi libertado após assinar o acordo de que iria colaborar com a investigação | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Preso em novembro na 7.ª fase da operação Lava Jato, Leite foi libertado após assinar o acordo de que iria colaborar com a investigação| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Vice-presidente da Camargo Corrêa, Eduardo Leite , disse que pagou R$ 110 milhões em propina para fechar contratos com a Petrobras no período entre 2007 e 2012. O depoimento à Justiça Federal do Paraná, com sede em Curitiba, faz parte do acordo do seu acordo de delação premiada e foi disponibilizada na noite de sexta-feira (17) pela PF. Preso em novembro na 7.ª fase da operação Lava Jato, Leite foi libertado após assinar o acordo de que iria colaborar com a investigação. A informação é do jornal Folha de S. Paulo.

Duas dos principais diretorias envolvidas no escândalo de corrupção na Petrobras dividiram o montante, de acordo com o depoimento. A de Serviços e Engenharia, comandada por Renato Duque, recebeu R$ 63 milhões. Os outros R$ 47 milhões foram para a diretoria de Abastecimento, comandada por Paulo Roberto Costa. Duque está preso no Complexo Médico Penal (CMP), em Pinhais.

Leite afirma ainda que o dinheiro foi desviado de obras da Refinaria de Araucária (Repar), no Paraná, na Refinaria de Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, e na Refinaria Henrique Lage (Revap), São Paulo.

Ainda de acordo com o material da Folha de S. Paulo, o vice-presidente teria dito à PF que a toda a cúpula da empreiteira sabia dos pagamentos, “desde a diretoria executiva até a presidência executiva”.

Outro acordo de delação premiada envolveu o presidente da Camargo Corrêa, Dalton dos Santos Avancini. Ele contou que a empreiteira pagou R$ 10 milhões em propina para conseguir uma obra Revap. Ainda de acordo com Avancini, a Camargo Corrêa conseguiu ao todo 32 contratos usando os “pagamentos extras” como estratégia.

A Folha de S. Paulo revela ainda, com base no depoimento de Avancini, que parceiros foram usados no esquema para acobertar o pagamento de propinas. A empresa Sanko Sider, por exemplo, repassou R$ 31 milhões ao esquema – ele era fornecedora de tubos para a refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, obra que deve ultrapassar R$ 40 bilhões. Apenas a Camargo Corrêa vai receber R$ 3,8 bilhões pelo contrato da obra no Nordeste.

Procurada pela reportagem, a Camargo Corrêa não se pronunciou sobre a delação. A defesa de Duque nega que ele tenha praticado crimes na diretoria de Serviços da estatal. A Sanko Sider refuta ter praticado irregularidades.

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