Animal

Abaixo o “racismo”

Rafaella Coury, especial para a Gazeta do Povo
06/04/2014 03:06
O veterinário da Clinivet, Luiz Schenato Jr., explica que a educação dos animais, seja de raça definida ou não, depende somente da dedicação dos donos. “Por mais que o animal tenha alguma predisposição genética, é a educação quando filhote que fará diferença na fase adulta. E isso vale também para vira-latas”, complementa, contrariando o senso comum, que afirma que ­­eles são mais bagunceiros e ­­mal-educados que cães de raça.
Flávia Bettega foi uma que mudou de ideia a respeito dos cachorros sem pedigree. Após doze anos cuidando de uma poodle que vivia no veterinário e fez vários tratamentos caros, começou a participar do grupo de protetoras independentes de Curitiba, o Tomba Latas. Foi ali que conheceu sua atual cadela, Bali – que só vai ao veterinário para ser vacinada: “Sempre ouvi falar que vira-latas são mais resistentes, e a Bali é assim mesmo”. O veterinário Luiz confirma: “Os animais sem raça definida são o resultado de um cruzamento entre várias raças, e só pegam o melhor da genética de cada uma delas. Assim, este animal não terá predisposição a certas doenças, e será ainda mais resistente que seus antepassados de raça”.
Gratidão
Um resultado da adoção de vira-latas é o sentimento de gratidão e afetividade que eles podem desenvolver por seus donos. Luiz explica que “não há comprovação científica deste fato, mas vemos que estes animais podem criar uma ligação diferente com seu dono, de maior proximidade e até de maior dependência.” Tatielle acredita que seus cachorros são gratos a ela, além de mais alegres. Flávia também pensa assim em relação à Bali: “Quando ela chegou, estava assustada e arisca. Mas agora é muito dócil e, ao mesmo tempo, independente, demonstrando conforto e confiança em mim.”