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Barulhentos demais
| Foto: GAZETA

O que fazer, no entanto, quando essa comunicação dos animais atrapalha o cotidiano do dono e da vizinhança? A estudante de Engenharia Química Naline Indira de Lima, 19 anos, escutou muita reclamação dos vizinhos sobre os latidos e choros de sua Bethânia, cachorra sem raça definida e com um ano e meio de idade.

Pela quantidade de queixas, a universitária cogitou inclusive ficar longe do animal. “Eu sei que se ela fosse para a casa dos meus pais, que é maior, iria incomodar menos, mas ela ia continuar chorando”, explicou. Porém, decidida a não abandonar sua companheira, Naline procurou um adestrador de animais para uma reabilitação comportamental. “Toda vez que eu saia de casa era um sofrimento. Ela chorava quase duas horas sem parar, era muita reclamação”, desabafou.

Com 15 sessões de reabilitação comportamental, Bethânia aprendeu a brincar sozinha e ser independente. “Ou era isso [a reabilitação], ou era levá-la embora. Hoje ela fica quietinha na cama dela quando não estou em casa, com os brinquedos dela”, comemora Naline.

Causas

Os cachorros latem para mostrar desconforto, sede, fome, agressividade e invasão de território. Mas o nível de estresse, a falta de liderança do dono e o sedentarismo também transformam muitos pets em animais barulhentos, de acordo com o adestrador comportamental de animais Vandré Oliveira Araújo. Para o especialista, o cachorro precisa mostrar submissão e respeito pelo dono. “Ele tem necessidade de seguir um líder, que normalmente é o dono. Se não houver disciplina, ele acaba assumindo a liderança”, explica.

Para Araújo, educar um cão exige três coisas: disciplina, exercício e afeto. “Hoje em dia, esses animais são considerados membros da família e acabam sendo mimados demais”, salienta. Para uma melhor convivência, o adestrador recomenda conhecer a raça, pois cada animal tem sua própria personalidade. “Os cães de caça, como o border collie, precisam se movimentar muito. Se não houver exercícios, ele vai latir demais e até destruir os móveis da casa para liberar a energia acumulada.”

Coleiras

Para para minimizar o latido, alguns donos chegam a usar alguns paliativos, como as coleiras eletrônicas anti latido que emitem som. De acordo com Araújo, elas até solucionam o problema a curto prazo, mas apenas temporariamente. “O cão vai se acostumar com o som que o acessório faz e vai voltar a latir”, explica o adestrador. No caso de coleiras anti latido que emitem choque, o especialista afirma que, dependendo do tamanho do animal, a descarga elétrica pode até matar. “O importante é educar com conscientização”, orienta.

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