Animal

Companheiro de malhação

Ana Luiza Prendin, especial para a Gazeta do Povo
26/08/2012 03:08
Assim como correr e caminhar tranquilamente, cães podem participar de atividades inusitadas com seus donos, como andar de skate ou até mesmo pegar uma onda.
Kalifah e Roxy, ambos da raça bulldog francês, são os animados companheiros de surfe do empresário Denis Hay. “A Roxy nasceu em Balneário Camboriú e gos­­ta mais do mar do que de osso”, revela. Para Denis, praticar esporte com eles é uma alternativa para fugir da rotina.
O zootecnista Paulo Par­­reira considera que fazer exer­­cício físico com o bicho de estimação, desde que de forma racional, só traz benefícios. “Isso melhora a saúde física e o comportamento do animal, além de aumentar o laço entre o cão e seu dono”.
Assim como prover estímulos visuais e olfativos, a veterinária Vanessa Cabral explica que a atividade ao ar livre ajuda o cão a se socializar. “Ele também precisa conhecer outros cachorros.” Ela diz que o estresse e o ímpeto de destruição do animal são amenizados, contribuindo para uma sensação de bem-estar de todos.
A adestradora Cláudia Ter­­zian reforça que é importante não estabelecer regras ou objetivos muito grandes. “Nem todas as pessoas têm tempo livre para passear com o seu cão.” Claudia recomenda que a atividade se adeque à rotina de cada um e garante: “Caminhar com o cachorro por 20 minutos, três vezes ao dia, soma uma hora de exercício.”
A veterinária Natascha Brauer passeia todos os dias com seu pastor alemão de 8 anos, Boris, em um percurso que vai de sua casa, no São Lourenço, até o Museu Oscar Niemeyer. Como o cão sofre com artrose no quadril, a veterinária procura
realizar atividades moderadas. São quase dois quilômetros de caminhada, feita nos horários em que a temperatura é mais amena. “Sempre levo uma garrafa de água para o Boris se refrescar durante o exercício, é importante manter o animal hidratado”, enfatiza.
Cuidados
De acordo com Parreira, o primeiro passo para iniciar qualquer atividade física com o bicho de estimação é uma avaliação com o veterinário. O zootecnista sugere que seja realizado um treinamento escalonado e que se evite horários quentes ou exercício logo após a alimentação.
Os animais mais velhos ou obesos não estão impedidos de praticar exercícios, apenas precisam de mais cuidados. “O importante é que a atividade física seja feita de maneira gradual”, ressalta Parreira.
A raça tampouco é um fator eliminatório, afetando mais a intensidade do treino. Labradores são mais ativos, enquanto que raças com focinho achatado, como o pug, têm uma resistência menor.