Animal

Consultas de rotina ajudam a identificar insuficiência renal em animais

Carolina Kirchner Furquim, especial
16/06/2016 09:00
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Luíza e o pequeno Tom, de 11 anos: agressividade do gatinho impedia consultas de rotinas, fazendo com que a IRC fosse descoberta já em estágio avançado (Foto: Fernando Zequinão)

A universitária Luíza Quadrado teve seu gatinho Tom, de 11 anos, diagnosticado com Insuficiência Renal Crônica (IRC) no início de fevereiro. Ela percebeu que ele parou de comer e beber água da noite para o dia, além de uma mudança visível de comportamento. A IRC tem diferentes estágios, é grave, progressiva e irreversível e se manifesta quando há comprometimento do funcionamento dos rins, que deixam de filtrar resíduos do sangue para excretá-los através da urina. Estima-se que 60% dos gatos idosos desenvolvam doença renal e os primeiros sintomas só aparecem quando os rins já perderam, pelo menos, 75% de sua função.
Com a creatinina em 11 mg/dL, muito superior ao valor de referência proposto para a espécie, e ureia acima de 300 mg/dl, Tom foi diagnosticado para IRC e internado imediatamente. Ele recebeu medicação intravenosa e para controle de vômitos, além de dar início às sessões de fluidoterapia e dieta com ração renal. Depois de duas semanas os exames foram repetidos e Tom já apresentava um comportamento praticamente normal. Embora com valores mais baixos, a ureia e creatinina continuavam altas, o que obrigou o gatinho a prosseguir com a fluidoterapia a cada dois dias. Hoje, as taxas permanecem em controle e Tom segue com medicação oral em casa e soro subcutâneo na clínica veterinária.
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Daqui pra frente, todos os cuidados devem ser redobrados. “Não sei quanto tempo ele ainda estará aqui, mas farei o que for preciso para que a vida dele com a doença seja com a melhor qualidade possível, sem sofrimento”, comenta Luíza, tutora de Tom desde os 35 dias de vida do bichinho. “Tom é um gato muito agressivo com estranhos e atacou todos os veterinários pelos quais já passou. Isso foi determinante para que visitássemos o veterinário somente quando era necessário, como no caso das vacinas. Talvez, se ele tivesse passado por exames e acompanhamentos de rotina, teríamos descoberto a doença em seu estado inicial, o que nos daria um prognóstico muito melhor. Se eu pudesse voltar atrás, era isso o que eu teria feito”, alerta Luíza.
Quando desconfiar de IRC
Os sintomas relacionados abaixo, em especial se associados, podem indicar IRC em cães e gatos.
– Sonolência, cansaço, falta de energia e intolerância ao exercício
– Aumento da sede e da produção de urina (cães e gatos buscam uma maneira de compensar o mau funcionamento dos rins)
– Diminuição do apetite
– Perda de peso, vômitos e diarreia (geralmente nos estágios mais avançados da doença)
– Inflamações e úlceras bucais
– Halitose
– Anemia
– Infecções do trato urinário inferior, como cistite
– No exame de imagem, rins lesionados, com tamanhos reduzidos, contornos pouco definidos e presença ou não de cálculos
Vai amarelar?
Ainda que já tenha passado, março é reconhecido por ser o mês internacional de cuidado e prevenção das doenças renais. Para conscientizar os donos de animais sobre a importância do diagnóstico precoce da IRC, a Elanco, empresa global de inovação animal, lançou a campanha Março Amarelo – amarelar é amar, com foco na prevenção da doença. As ações da campanha seguem em alta e têm foco em gatos, espécie mais suscetível à IRC.
Com o mote “Vai amarelar?”, que representa o ato de amar e cuidar do animal, a campanha busca informar dois públicos: os médicos veterinários, com informações técnicas para aumentar a qualidade de vida e sobrevida dos animais, e a população em geral, para que levem seus pets para consultar periodicamente.
As mídias sociais são a principal arma da campanha para atingir o público geral. Foram firmadas parcerias com grandes blogs, como o famoso Cansei de Ser Gato, para abordar a doença de forma direta e lúdica. Para outras informações importantes sobre diagnóstico, cuidados e tratamento, visite www.amarelareamar.com.br.