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Doenças cardíacas acometem cerca de 35% dos cachorros idosos

Da redação
31/08/2016 10:00
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Foto: Bigstock

Com coração cuja estrutura se assemelha ao coração humano, os cachorros também precisam de diagnóstico e tratamento precoces para doenças cardíacas. Para conscientizar os donos sobre a importância do acompanhamento periódico pelo veterinário e do check up anual para a detecção dos problemas cardíacos, a Elanco, em parceria com a Agência Estação Brasil, lança em setembro a campanha “Setembro Vermelho: se tem amor”.
As cardiopatias em cães são cada vez mais comuns, levando em conta que eles estão vivendo cada vez mais. Estima-se que cerca de 35% dos cães serão acometidos por alguma cardiopatia ao atingir a fase idosa. Dados da Elanco apontam que, dos 5 aos 13 anos, cerca de 70% deles vão desenvolver ao longo da vida a chamada Doença Valvar Crônica Mitral (DVCM), a principal cardiopatia que acomete os cães, sendo os mais suscetíveis os machos de pequeno porte (com até 20 quilos). A prevalência, por faixa etária, é de 10% em cães com 5 a 8 anos, 25% com 9 a 12 anos e 35% entre os acima de 13 anos.
A doença acontece quando a válvula mitral, responsável por controlar o fluxo do sangue do ventrículo esquerdo ao átrio esquerdo do coração e artéria aorta, não fecha direito, o que faz com que parte do sangue volte ao átrio. Entre as consequências está o chamado sopro do coração que, assim como nos humanos, é detectado através do procedimento de auscultação do órgão com estetoscópio.
“O sopro é como chamamos o som emitido quando a válvula não funciona bem, fazendo com que o sangue que deveria ir totalmente para a artéria aorta produza um refluxo de sangue para o átrio esquerdo. Além dele, outras consequências da doença são aumento do volume do coração e acúmulo de líquidos nos pulmões. Se agravada, a situação pode prejudicar seriamente o sistema circulatório, acometendo outros órgãos, como os rins e o fígado”, alerta a médica veterinária Kátia Mitsube Tárraga, professora da Universidade de São Paulo (USP) e membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia Veterinária.
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Raças
Entre as raças mais afetadas pelo problema estão Poodle, Cavalier King Charles Spaniel, Teckel (Dachshund), Bichon Frise, Yorkshire, Maltês, Pinscher e Whippet, além dos SRD (sem raça definida).
Sintomas
Entre os principais sintomas da DVCM, estão:
– apatia e intolerância à exercícios físicos, com cansaço frequente
– perda ou ganho de peso repentinos
– perda de apetite e aumento da sede e do volume de urina
– tosse e engasgos, principalmente à noite
– dificuldade respiratória
– desmaios e/ou convulsões, em casos mais avançados da doença
Acompanhamento
Para evitar a evolução do problema e o sofrimento do animal, o check up anual deve incluir condutas específicas, como inspeção e auscultação do coração, exames complementares de sangue, raio X e ecocardiograma.
“Após o diagnóstico, se identificada a doença é importante iniciar o tratamento o quanto antes, para retardar sua evolução. A abordagem deve ser individualizada, levando em consideração o grau e a evolução da cardiopatia. Quando o animal tem o problema, mas não tem sintomas, recomenda-se mudar hábitos como alimentação e frequência de exercícios, sempre observando a condição clínica do cão. Nas fases mais avançadas, chamada de ICC (Insuficiência Cardíaca Congestiva) é preciso entrar com medicação para toda a vida, conforme orientação do médico veterinário”, esclarece Kátia.
Tratamento
Entre os tratamentos mais comuns estão vasodilatadores que ajudam a controlar as alterações produzidas no coração, melhorando o fluxo sanguíneo, diminuindo o refluxo para o átrio esquerdo e, assim, atenuando o quadro de insuficiência cardíaca. A longo prazo, o medicamento também melhora a qualidade de vida e aumenta a sobrevida do animal. Soma-se ao medicamento mudanças de hábitos do animal, como o controle da frequência e intensidade dos exercícios e readaptação da dieta, que deve ter menos sal.
Setembro Vermelho
Com o mote “Se tem amor”, que remete ao mês de início das atividades de conscientização das doenças cardíacas, a campanha Setembro Vermelho tem o objetivo de conscientizar médicos veterinários e donos de animais sobre a importância do diagnóstico e tratamento precoces da DVCM.
Para os donos de cães, o foco principal serão as mídias sociais. Posts sobre o assunto serão divulgados no Facebook, convidando o público a compartilhar a hashtag #setemamor com os amigos. Os usuários da rede social também poderão incorporar à foto do perfil um selo da campanha em apoio à iniciativa. Outras informações podem ser obtidas no hotsite www.pensecoracaopenserins.com.br.