Animal

Missão impossível? Aprenda como medicar corretamente um gato

Vivian Faria, especial para a Gazeta do Povo
20/01/2018 12:00
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Melhor saída é "forçar" o comprimido, ou tentar outras formulações. Foto: Hugo Harada / Gazeta do Povo.

Missão impossível:  é assim que alguns médicos veterinários encaram a ideia de medicar um gato com comprimidos, especialmente se o tratamento tiver de durar alguns dias. Não dá para tentar esconder o remédio na comida, como se faz com os cães, pois os felinos têm um olfato muito aguçado.
O gosto e a textura também interferem na administração do medicamento junto com alimentos. Até alguns meses de idade, o gato cria seu paladar e “aprende” de quais texturas gosta. Assim, ele consegue separar o comprimido daquilo que quer comer.
A saída é “forçar” o remédio, colocando-o diretamente na base da língua do animal com o dedo ou um aplicador, e provocando um reflexo de deglutição.
Às vezes, a própria presença do comprimido na base da língua vai gerar esse reflexo, mas em outros casos é preciso usar recursos especiais, como um assopro.

Técnica difícil

Se para alguns especialistas o método é considerado seguro, porém de difícil execução, há outros médicos veterinários que dizem que, dessa forma, há o risco de o medicamento ficar parado no esôfago do animal e provocar uma esofagite. Por isso, se o tutor não quiser se arriscar, a recomendação é pedir que o médico veterinário verifique a possibilidade de usar outro tipo de medicação.

Outras formulações

Há farmácias de manipulação que estão trabalhando com substâncias interessantes para ajudar nessa hora, como um papel filme colocado no céu da boca, e que derrete. Há ainda injeções e pastas orais passadas nas patas para que sejam lambidas. E existem os medicamentos líquidos.
Cada tipo, porém, tem suas desvantagens. No caso de injetáveis, os gatos podem fazer sarcoma de aplicação, que é um tumor que se desenvolve a partir de uma injeção. Outras delas são estresse e dificuldade para garantir que o medicamento foi efetivamente ingerido, principalmente no caso dos líquidos.
Fontes: médicos veterinários Patrícia Yukiko Montaño, da Saúde Felina, e Nathann Ed Lewicki, responsável pelo atendimento de felinos no Garra Hospital Veterinário.

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