Animal

Fidelidade que vai além da vida

Luan Galani, especial para a Gazeta do Povo
30/09/2012 03:14
A história do cachorro japonês Hachiko ganhou o mundo com o filme Sempre ao seu lado (2009), do cineasta sueco Lasse Hallström e estrelado por Richard Gere. A película mostra como, mesmo após a morte de seu dono, o cão da raça akita continuou fiel, esperando-o todos os dias numa estação ferroviária (o proprietário tinha falecido durante uma viagem). A “vigília” durou nove anos, até o falecimento do animal, em 1935.
“Exemplos como o de Hachiko são mais comuns do que se pensa. Por isso, não devemos subestimar os sentimentos do animal. Se fizermos isso, a vida do cão poderá estar em jogo”, alerta o zootecnista Paulo Parreira, professor de Medicina Veterinária da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Ele aconselha que, em caso de morte do proprietário, o processo de transferência seja lento e gradual, para que os novos hábitos sejam incorporados da maneira menos traumática possível.
Esse “ritual” de transferência tem sido vivido, desde dezembro do ano passado, pela lhasa apso Ísis, de 8 anos. Ela perdeu sua dona, Elania Ribovski, de maneira repentina, e foi levada de Curitiba para São Bento do Sul (SC) para viver com os familiares. “Tudo está sendo muito comovente. Por um bom tempo, Ísis ficava plantada em frente ao portão de casa, choramingando o dia todo e esperando que Elania voltasse. Ela tinha desistido até de comer e não se interessava por mais nada”, conta a empresária Ely Doroty Buddemeyer, 56 anos, que se tornou a nova dona.