Animal

Imunização correta de animais exige disciplina e comprometimento do dono

Carolina Kirchner Furquim, especial
30/06/2016 15:15
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A pedagoga Fabiane Rosa é um exemplo de disciplina quando o assunto é vacinação animal. Ela tem 14 cães, entre eles Nika (à esq.) e Benjamin (Foto: Fernando Zequinão/Gazeta do Povo) | Gazeta do Povo

Essenciais para manter a saúde dos animais em dia, as vacinas em cães e gatos devem obedecer a um calendário de vacinação assim como o dos humanos, o que exige organização e comprometimento do dono. Porém, antes de ser vacinado, qualquer animal deve passar por um exame clínico completo. “Ele não pode apresentar nenhum sinal subclínico de doenças, inclusive aquelas que se pretende prevenir, estar desverminado e muito bem nutrido, para evitar qualquer falha vacinal”, explica o especialista em patologia animal e professor de vacinologia veterinária da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Luiz Felipe Caron.
O especialista recomenda ainda que os filhotes de cães e gatos não tenham contato com outros animais antes das vacinas e que o animal volte ao convívio com outros bichos após um intervalo de 10 a 15 dias. Pets debilitados precisam se recuperar antes da vacinação.
Disciplina
A pedagoga Fabiane Rosa é um exemplo de disciplina quando o assunto é vacinação animal. Ela tem 14 cães em casa e mais outros 90 sob a guarda do Salva Bicho, um dos principais grupos de proteção animal independentes de Curitiba e do qual ela é voluntária. “Meus cachorros sempre passam pelo reforço anual, sob orientação veterinária”, conta. O mesmo acontece com animais do grupo que estão à espera de um lar. “E nas feiras que promovemos, só aceitamos filhotes que já tenham a primeira dose da vacina e adultos vacinados. Ou seja, não existe animal com a vacinação vencida. Quem decidir ficar com um dos nossos bichinhos leva também a carteirinha de vacinação, que é extremamente importante, além de todas as orientações para dar sequência à imunização”, argumenta a pedagoga da capital paranaense.
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Fique atento
A professora e médica veterinária Carolina Zaghi Cavalcante, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), explica quais vacinas devem ser dadas aos animais:
Cães
Para cães, são imprescindíveis as vacinas múltipla (V8 ou V10) e antirrábica. A múltipla atua amplamente no sistema imunológico e protege contra sete doenças: cinomose, parvovirose, hepatite infecciosa canina, parainfluenza, coronavirose, adenovirose e leptospirose. A aplicação em filhotes deve acontecer a partir de 45 dias de vida (comumente em três doses com intervalo de 21 a 30 dias entre elas), e a qualquer momento em um cachorro adulto com histórico vacinal desconhecido e que tenha passado por exames clínicos e laboratoriais para avaliar o estado geral de saúde.
A antirrábica, por sua vez, previne contra a raiva. A aplicação geralmente é feita junto com a última dose da múltipla. Durante a vida adulta do animal deve ser feito um reforço por ano da antirrábica e um reforço semestral para leptospirose, sem atrasos.
Gatos
No caso dos gatos, também são obrigatórias as mesmas vacinas. Porém, a múltipla (quádrupla ou quíntupla) protege contra rinotraqueíte, calicivirose, panleucopenia, leucemia felina e clamidiose. A dinâmica para a aplicação é similar à dos cães. Os filhotes devem ser vacinados a partir de 60 dias de vida (geralmente em três doses, com intervalo de 21 a 30 dias entre elas, mas pode haver variação conforme os hábitos do gato) e, se for um gato adulto de procedência desconhecida, a qualquer momento depois de uma avaliação geral. A antirrábica para felinos deve ser dada aos quatro meses de idade. O reforço também deve acontecer anualmente a partir da idade adulta.
Os gatos também tomam vacinas múltipla (com proteção diferente da dos cães) e antirrábica (Foto: Bigstock)
Os gatos também tomam vacinas múltipla (com proteção diferente da dos cães) e antirrábica (Foto: Bigstock)
Facultativas
Além do calendário básico, cães também podem ser vacinados contra outras doenças, como traqueobronquite (ou tosse dos canis, de caráter sazonal e geralmente no inverno), giardíase e leishmaniose (ou calazar). São imunizações opcionais e definidas pelo médico veterinário, que deve levar em conta o estilo de vida do animal, as particularidades da raça, o histórico familiar e outras situações de risco que justifiquem a aplicação.