Quem tem um gato se encanta (e, normalmente, cai na risada) com os trejeitos do animal. Os movimentos e grunhidos, na realidade, são bem mais que “fofurices”. Gatos se comunicam com seus donos pela linguagem corporal e, para que a mensagem chegue ao dono, vale de tudo.
Eles se esfregam, miam, cutucam com as patas, olham fixamente, ronronam, mexem a cauda, eriçam o pelo, entre muitos outros gestos típicos da espécie. Mas como entender o que eles estão expressando? “Basta saber interpretar os sinais que eles nos dão. Diferentemente dos cães, os felinos são mais sutis na hora de se comunicar e, por isso, precisamos estar atentos”, explica a médica veterinária Nicole Brenny Faret Dumke, da Vet Society.
Nicole nos ajudou a interpretar os sinais mais comuns dessa curiosa linguagem corporal dos felinos. Por exemplo, quando se esfregam nas pernas, eles estão dando um voto de confiança. E quando encostam o focinho na ponta do nariz do dono… Isso é amor! A veterinária ressalta ainda que os felinos “captam muito a energia das pessoas e da casa que moram e, por isso, agem, na maioria das vezes, de acordo com o temperamento dos donos”.
Ou seja, quanto mais intimidade, mais afeto. No caso da sonorização, o ronronar pode significar extremos como estar feliz e satisfeito – ganhando carinho em um colo quentinho – ou irritação extrema principalmente por muita dor. Os miados insistentes são para quando querem muito alguma coisa. Pode ser comida, petisco ou até quando querem que limpe a caixa de areia.
O movimento da cauda também pode dar sinais sobre o humor. Nicole explica que quando estão movimentando somente a pontinha do rabo significa que estão em alerta e, usualmente, pode vir em seguida a posição de caça, em que ficam abaixados, de olhos bem abertos e preparados para pegar impulso com as patinhas. O movimento completo e lento da cauda significa que estão desinteressados e movimentos mais bruscos significam irritação. Outro detalhe: a convivência não impede que gatos aprendam gestos que não são muito característicos da espécie, mas que servem para comunicar seus interesses. A gata de Nicole, a veterinária, por exemplo, sempre cutuca para pedir um pedaço de pão, hábito mais comum entre os cães.
“Eles entendem tudo o que falamos, mas estão sempre muito ocupados para nos atender”, brinca Nicole. De modo geral, os gatos são muito mais “faladeiros”, ou seja, mais comunicativos que as gatas.
