Animal

Maus-tratos? Especialista analisa vídeo do filme “Quatro vidas de um cachorro”

Da redação
23/01/2017 11:47
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Cena do vídeo que gerou a polêmica. Para especialista faltou "sensibilidade" do tratador ao conduzir a situação. Foto: reprodução.

Vídeo feito durante as gravações do filme “Quatro vidas de um cachorro” (ou, em inglês, a Dog’s Purpose) gerou polêmica por mostrar um cachorro da raça Pastor Alemão sendo ‘forçado‘ a entrar uma piscina com águas turbulentas para uma das cenas. O vídeo, divulgado na última semana, recebeu as críticas do público e de entidades ligadas à defesa dos animais, que pediram até mesmo o boicote ao filme.
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O que faltou naquele momento, de acordo com informações de Renato Zanetti, especialista em comportamento e bem-estar animal, foi sensibilidade do cuidador e pesquisa ao lidar com o animal. O cão, segundo ele, emite claros sinais comportamentais de desconforto com a situação, conforme o especialista verificou no vídeo divulgado pelo site norte-americano TMZ.
O cão, com desconforto com a situação, evita ficar no local, coloca o rabo no meio das pernas, as orelhas estão para trás e tenta fugir daquele local. “De forma clara, o suposto adestrador usa a força física para fazer com que o cão entre na água, mesmo quando o animal tenta voltar para uma área de segurança”, explica.
O que pode acontecer ao cachorro?
Quando submetido a uma situação de estresse, o cão pode ter quatro respostas, conforme explica o especialista:
Trauma permanente. Ele ficará com medo de situações semelhantes;
Insegurança momentânea. O cão ficará inseguro com as pessoas nas quais ele deveria confiar, como adestradores e tratadores;
Desconfiança eventual. Em situações semelhantes, com luz, pessoas, barulho, ele pode ter a mesma reação;
Nada. Pode ser que não aconteça nada ao cão no futuro, mas o simples medo daquela situação é maléfico ao bem-estar do animal.
O que deveria ter sido feito no momento, conforme afirma o especialista, seria dessensibilizar o cão a situações similares e condicioná-lo. Essas tarefas são possíveis e são usadas em cães de busca e salvamento no mar. Eles são treinados para associarem barulho, água, vento a reforços positivos. 
“Provavelmente, o que aconteceu foi a falta de tempo para treinar o cão com essas características para atuar no filme, falta de interesse em conhecer sobre comportamento animal para saber como agir em situações assim e, com certeza, falta de sensibilidade”, explica.