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Cachorros podem ter febre amarela? Tire suas dúvidas e proteja os pets

Amanda Milléo
01/02/2018 18:00
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(Foto: Bigstock)

Com o avanço no número de casos de febre amarela e com a confirmação do primeiro caso em Curitiba, tutores temem pela saúde dos animais de estimação. Cachorros e gatos, porém, não têm nenhum registro de desenvolverem a doença, até o momento – notícia que deve trazer alívio tanto aos tutores quanto a quem convive com os animais.
Mesmo que um mosquito com o vírus da febre amarela pique o animal, ele não transmitirá a doença ao ser humano. Os hospedeiros oficiais da doença são o homem e o macaco. É preciso reforçar, no entanto, que mesmo sendo hospedeiro do vírus, os macacos não transmitem a febre amarela ao ser humano – e não devem ser sacrificados. Os transmissores são os mosquitos, os inimigos oficiais.
O motivo que faz cachorros e gatos escaparem dessa infecção, de acordo com Adolfo Sasaki, médico veterinário diretor clínico do hospital veterinário VetSan e chefe da equipe veterinária do Hiperzoo, se deve à insensibilidade dessas espécies.
“Mesmo que o cachorro seja picado pelo mosquito com o vírus da febre amarela, ele não desenvolve a doença e nenhum sinal clínico. O vírus não consegue se desenvolver no animal, e é por isso que ele não se torna um hospedeiro”, explica.
Há, no entanto, outras doenças que são transmitidas aos animais de estimação, especialmente os cachorros, por meio da picada dos mosquitos e exigem a atenção dos tutores nessa época do ano. A leishmaniose, condição comum de áreas mais quentes do país, tem avançado a outras regiões e houve casos registrados em Londrina, Maringá e Foz do Iguaçu, de acordo com Sasaki.
A dirofilariose, também chamada de verme do coração, tem incidência em Guaraqueçaba, Antonina e Morretes – regiões consideradas endêmicas da doença. Veja abaixo mais informações sobre cada doença:
Dirofilariose canina: vermes no coração que levam à insuficiência cardíaca
Na dirofilariose, o mosquito deposita, a partir da picada, as larvas da doença na pele do cão que, com o passar do tempo, se encaminham ao átrio do coração. Com isso, comprometem a passagem de sangue e levam o animal a uma insuficiência cardíaca. Os sintomas da doença são bem sutis, e tendem a aparecer conforme o avanço da doença. Mas, alguns sinais podem chamar a atenção dos tutores, como mal estar, apatia, emagrecimento, tosse, letargia, dispneia, síncope e alteração respiratória.
Caso desconfie da doença, leve o animal de estimação ao médico veterinário. O exame de sangue fará o diagnóstico da doença e o tratamento, todo medicamentoso, dura, inicialmente, 30 dias. Depois, a cada quatro meses, os exames serão refeitos. Depois de dois exames negativos, o medicamento antibiótico é retirado, mas outro, de prevenção da doença, é mantido.
Leishmaniose: dos cães aos humanos 
Já no caso da leishmaniose, a doença também é transmitida por um mosquito, o chamado de mosquito palha ou birigui. Quando diagnosticado com a doença, o animal serve de reservatório para o vetor, o que aumenta o risco de transmissão da doença para humanos e outros cães.
Os sintomas da doença demoram cerca de dois anos a aparecer e envolvem sinais dermatológicos, como alopecia, úlceras, descamações, feridas que cicatrizam com dificuldade e hiperqueratose, especialmente no focinho, ao redor dos olhos e orelhas. Crescimento anormal das unhas, ou onicogrifose, também é um sinal comum. O tratamento é basicamente medicamentoso, mas infelizmente é incurável.
Prevenção: repelentes para manter os mosquitos longe
A principal forma de prevenir ambas as doenças é o uso de produtos repelentes – mas não os mesmos usados em seres humanos.
“O repelente que se usa no ser humano não faz mal ao animal, mas os cães e gatos são mais sensíveis a qualquer cheiro. O mais indicado a eles é usar uma coleira viva, que libera, aos poucos, o princípio ativo e repele os mosquitos transmissores”, explica o médico veterinário.
Aos tutores cabe também manter os quintais sempre limpos, sem acúmulo de matéria orgânica, local que favorece a reprodução dos mosquitos. “Evitar passear com o cachorro nos horários em que os mosquitos mais aparecem, como 18h e 19h”, reforça Sasaki. Sempre que tiver duvidas, procure pelo médico veterinário.
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