Animal

O que fazer ao encontrar um animal silvestre

Carolina Kirchner Furquim, especial para a Gazeta do Povo e Amanda Milléo
10/06/2016 22:00
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Chame as autoridades uma vez encontrado um animal machucado ou em situação de risco. Fotos: Divulgação.

Deparar-se com um animal silvestre, como corujas, gaviões, filhotes de aves, mamíferos e répteis, não é uma ocorrência incomum. Segundo a médica veterinária Ana Carolina Fredianelli, o crescimento indiscriminado das cidades sobre as áreas de matas preservadas os obriga a se infiltrar em regiões urbanas. “São animais à procura de alimento, bichos da mesma espécie, abrigo ou apenas um ponto de fuga da pressão exercida sobre eles”, avalia.
Uma vez encontrado um animal machucado, a providência imediata é avisar o Instituto Ambiental do Paraná (IAP). Com a desativação do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) em julho de 2017, os animais encontrados devem ser capturados pelos próprios moradores e entregues ao órgão, durante a semana. 
O IAP fará então a destinação adequada aos centros de reabilitação (no caso de um animal ferido) ou centros de triagem, zoológicos, clínicas veterinárias ou institutos conservacionistas devidamente licenciados no Paraná. O IAP lembra ainda que nem sempre é necessário que o animal seja capturado: 
“Em caso de animais que não estão machucados ou oferecendo riscos para si mesmo e/ou população, a orientação é para que as pessoas aguardem o animal se sentir seguro para sair, por conta própria, do local em que foi encontrado. Para isso, é preciso que as pessoas tomem medidas simples como prender temporariamente cães que existam na residência.” – orienta o Instituto, em nota à imprensa.
“Cabe lembrar que esses animais são nativos e, na maioria das vezes, vão embora da mesma maneira que chegaram, sem necessidade de intervenção do ser humano. Como é o caso de ninhos de gavião, que permanecem ocupados por até 30 dias, tempo suficiente para que os filhotes aprendam a voar e abandonem o local”, continua a orientação do IAP. 
A Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Curitiba informou, também em nota, que auxilia o órgão estadual, em regime de plantão, sempre que necessário no recebimento desses animais. 
Entre em contato com o IAP pelo telefone: (41) 3213-3700. O Instituto está localizado na Rua Engenheiros Rebouças, nº 1206, em Curitiba.
Não quero capturar o animal sozinho, o que eu faço?
Não há, no momento, nenhum órgão no estado responsável pela captura e retirada do animal silvestre que aparecer desavisado. A orientação é que a pessoa faça a captura sozinho (e, nesse caso, o IAP fará a orientação via telefone) ou que deixe o animal sair sozinho. A Gazeta do Povo alertou à população da situação, desde a desativação do Cetas no ano passado.
Chame as autoridades uma vez encontrado um animal machucado ou em situação de risco. Fotos: Divulgação.
Chame as autoridades uma vez encontrado um animal machucado ou em situação de risco. Fotos: Divulgação.
Cuidado
Algumas espécies podem ferir gravemente pessoas não treinadas para o manejo correto ou ainda transmitir zoonoses importantes, como a raiva. Portanto, não se deve nunca manipular ou acariciar o animal, tampouco tratá-lo por conta própria, para evitar o estresse e o risco de choque. “Também alertamos quanto ao recolhimento precoce de filhotes de aves. Se eles estiverem em um ninho ou no chão sem a mãe, ela pode ter ido apenas buscar alimentos. É preciso observar”, acrescenta a veterinária.
Posso ficar com ele?
A resposta é não. Manter em cativeiro e cuidar de qualquer animal da fauna silvestre nativa brasileira sem licença dos órgãos estaduais ou federais de meio ambiente é ilegal e crime previsto em lei.
Atenção
Um animal precisa de assistência se: estiver parado e não responder a estímulos, estiver ferido, apático ou com sangramento, apresentar dificuldades respiratórias e se for animal adulto e facilmente capturado.
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