Foi o escritor Machado de Assis (1839-1908) quem cunhou a máxima de que “felizes são os cães, que pelo faro descobrem os amigos”. E a expressão machadiana tem fundamento, de acordo com o zootecnista Paulo Parreira, especialista em comportamento animal — que vai além: desde o momento em que o filhote chega à nova casa, identifica seus protetores e passa a adequar seu comportamento. “Por este motivo, é normal identificarmos semelhanças na forma de ser do proprietário e do pet, em uma frequência que aumenta quanto maior for o contato diário entre eles”, acrescenta o especialista. Esse “mimetismo” (quando os comportamentos se confundem), inclusive, foi confirmado por donos de pets entrevistados pelo Viver Bem no Parcão, em Curitiba.
O comportamento é resultado de fatores inatos e outros adquiridos, segundo o coordenador do curso de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Naim Akem Filho, sendo a imitação a forma mais básica de aprendizagem. “Os humanos e seus animais de estimação podem apresentar semelhanças por conta da convivência. O cão irá imitar seu dono até assimilar algumas características”, descreve.
Além de adquiridos, os traços comportamentais do bichinho também podem ser selecionados na hora de comprar ou adotar o pet. “As escolhas humanas têm múltiplas motivações, sendo uma delas a identificação. Quando vemos no outro coisas que acreditamos possuir, nos sentimos atraídos. Porém, o oposto também pode acontecer. Por exemplo, uma pessoa frágil e medrosa desejar ter um cão feroz”, explica o psicólogo.
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