Animal

Chocolate é mais tóxico para gatos

Carolina Kirchner Furquim, especial
16/03/2016 16:13
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Com a proximidade da Páscoa e o consequente aumento no consumo de chocolates, muitos gateiros terão que enfrentar aquele olhar pidão de seus bichinhos (ao melhor estilo Gato de Botas), ansiando por um pedaço. Entretanto, a recomendação dos profissionais de veterinária é não ceder ao pedido, nem oferecer o doce ao animal.
Isso porque no cacau há uma substância chamada teobromina, que não é bem aceita pelo organismo felino e oferece risco de intoxicação. Ela estimula de forma negativa o sistema nervoso e fluxo sanguíneo dos animais, elevando a temperatura e desregulando o ritmo do coração, o que leva a uma parada cardíaca. Pode haver também prejuízos aos pulmões, rins, além de vômitos, sede anormal, tremores, hiperatividade e respiração acelerada. 
“Os sintomas são muito similares ao envenenamento e não existe tratamento caseiro, apenas hospitalar. Também observamos sinais neurológicos como aumento da pupila, hiperestesia, que é a sensibilidade muito acentuada a estímulos como o toque e convulsões“, completa a médica veterinária Marúcia Cruz, da clínica Mania de Gato.
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A quantidade de teobromina varia de chocolate para chocolate, sendo o meio amargo o campeão de concentração. Os chocolates na versão “ao leite” seriam os preferidos dos gatinhos, justamente pela composição láctea.
“É importante mencionar que o consumo de chocolate pode levar a quadros de pancreatite e insuficiência renal aguda, com perigo de morte. Gatos são ainda mais sensíveis”, alerta a médica veterinária Fernanda Niederheitmann, da Clínica Veterinária Curitiba.
Não existem níveis seguros para o consumo, porque além da intoxicação (que ocorre em diferentes níveis de intensidade, pois se considera a quantidade ingerida, o tamanho do animal e o tipo de chocolate), a sobremesa pode causar obesidade, problemas na dentição e até mesmo diabete.
Tratamento
Caso o animal tenha sido intoxicado pelo chocolate (os sintomas costumam aparecer entre 6 e 12 horas após a ingestão), o tratamento acontece com internação para fluidoterapia, controle de vômitos e até mesmo sedação para interromper o efeito estimulante da teobromina. Ou seja, a atitude mais segura é sempre a prevenção.
Em tempo: cães também não podem consumir o doce.