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Premium, Super Premium e Standard: veja as diferenças nas rações de cães e gatos

Danielle Blaskievicz, especial para a Gazeta do Povo
30/06/2017 18:00
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Rações se dividem em diferentes categorias, como Premium, Super Premium e Standard. Confira os benefícios e indicações de cada uma (Foto: Bigstock)

Desde quando deixaram de ter que caçar para garantir a própria sobrevivência, cães e gatos passaram a ter mais conforto. Comida na hora certa, nomes próprios, roupas personalizadas, banhos frequentes e, em alguns casos, até joias de grife. Por outro lado, começaram a ter de encarar problemas como obesidade, diabete, cardiopatias, disfunções renais, entre outras doenças que, até então, não eram comuns no reino animal.
A obesidade dos animais de estimação, por exemplo, está relacionada ao comportamento dos seus tutores e não apenas a características como genética, sedentarismo ou à gula do bichinho. Este foi o resultado de uma pesquisa feita em 2016 pela Royal Canin intitulada Programa de Perda de Peso Satiety, envolvendo 1.325 cães e gatos de 27 países, sendo que 31 deles eram “brasileiros”.
O animal doméstico, seja ele gato, seja ele cão, precisa de uma dieta que forneça todos os nutrientes necessários, promova um desenvolvimento saudável e consiga atender sua demanda fisiológica. Dietas inadequadas comprometem a saúde e a qualidade de vida do pet.
Além de oferecer uma alimentação de boa qualidade ao bichinho, o momento da refeição também é uma oportunidade de incentivá-lo a se reconectar à natureza e reavivar os seus instintos. O mercado pet oferece hoje uma série de brinquedos para colocar a ração e deixar o bichinho conquistá-la por conta própria.
Como escolher
As rações disponíveis no mercado são divididas em três tipos: super premium, premium e standard (padrão). Existe ainda uma linha de rações mais atrativas no preço, mas pouco balanceada e com baixa qualidade nutricional.
Na hora de escolher, tão importante quanto a quantidade de proteína, é a fonte de onde vem este nutriente. Deve-se optar, preferencialmente, por rações com boa fonte proteica proveniente de carnes frescas (frango, carne, ovelha, salmão), ou farinha de vísceras e evitar proteínas obtidas da farinha de ossos ou outros subprodutos (penas, cabeça, pé, bico).
Conheça cada uma das rações:
Super Premium
Qualidade nutricional superior a de outras rações porque a fonte de proteína utilizada tem alto valor biológico e com melhor absorção dos nutrientes no organismo. A proteína é essencial tanto para cães quanto para gatos e a exigência varia conforme a idade e espécie do animal. As rações Super Premium costumam apresentar opções específicas para determinadas raças que, conhecidamente, precisam de um cuidado maior. Há ainda rações destinadas a animais que participam de treinamentos e competições e as linhas terapêuticas, formuladas para cães com doenças crônicas ou cães idosos. São as rações mais caras e não levam corantes na formulação.
Premium
São rações de boa qualidade que, em geral, usam farinha de vísceras como fonte proteica, mas podem ser produzidas também com farinha de subprodutos de frango. É importante prestar atenção porque algumas marcas adotam conservantes e corantes na formulação, itens que têm potencial cancerígeno e podem provocar alergias nos animais mais sensíveis.
Standard
São consideradas rações razoáveis, pois suprem as necessidades nutricionais básicas que o animal precisa, mas sem apresentar os benefícios das rações superiores. Podem deixar um pouco a desejar no que diz respeito à qualidade da proteína.
Quais rações são melhores para os filhotes?
Filhotes precisam de quantidades maiores de proteína para formação de ossos e músculos. O primeiro ano de vida é o mais importante para uma dieta bem equilibrada, para que possa ter um crescimento saudável e sem fragilidades. Eles necessitam de rações específicas por causa das exigências nutricionais de seus metabolismos. Gatos filhotes precisam de cerca de 30% a 35% de proteína, enquanto cães filhotes ao redor de 25%. Esse tipo de ração deve ser introduzida a partir dos 45 dias de vida até o animal completar um ano.
Embalagem
Para evitar a contaminação da ração por ficar aberta por muito tempo, algumas marcas passaram a vender os sacos grandes com vários pacotinhos individuais dentro da embalagem original, para manter o alimento mais fresco e saboroso. O acondicionamento correto da ração é essencial para garantir a saúde do pet, pois o armazenamento incorreto pode predispor a formação de microrganismos no produto, que, ao ser ingerido, causa infecções ou intoxicações. O pacote de ração ou o recipiente utilizado para conservá-la deve ser fechado adequadamente, de preferência de forma hermética, sob o abrigo de luz e umidade.
Os especialistas também não recomendam a compra de rações vendidas a granel em alguns estabelecimentos comerciais, porque podem estar expostas a insetos, roedores ou ainda sujeitas a processo de oxidação que podem causar intoxicação no animal.
Vetados no cardápio:
– ossos naturais, de boi ou frango podem promover obstrução e perfuração de esôfago, estômago ou intestino, ocasionando muitas vezes infecção generalizada e morte do animal;
– alho e cebola, assim como temperos em geral também devem ser evitados, pois podem causar anemia, gastrite e doença renal;
– entre as frutas, deve-se evitar o abacate, a uva e seus derivados, inclusive a uva passa;
– chocolate possui cafeína e teobromina que pode levar ao vômito, dores abdominais, convulsões e até à morte do animal, dependendo da quantidade ingerida.
– leite e seus derivados devem ser evitados por provocar dores abdominais e diarreia em animais adultos, que são incapazes de digerir laticínios.
Mais natural
Uma tendência que vem ganhando adeptos na Europa e nos Estados Unidos há alguns anos é a alimentação natural para cães. Mas não se trata de oferecer as sobras de comida ao animal de estimação, o que pode colocar a saúde dele em risco.
Na alimentação natural, as rações industrializadas dão lugar à dieta caseira cozida e balanceada. Esse tipo de cardápio deve ser prescrito por um profissional – médico veterinário ou zootecnista especializados nessa área – que vai indicar quais alimentos caseiros poderão fazer parte da dieta. Esse profissional também deve fazer o monitoramento periódico do animal. É o tipo de opção que o tutor só deve fazer se estiver seguro de que vai seguir à risca as recomendações médicas. Caso contrário, melhor continuar apostando na ração tradicional.
Ração de gato e ração de cachorro – Gatos são animais estritamente carnívoros e precisam de mais proteína do que carboidratos quando comparado aos cães. Essa diferença na exigência nutricional entre as espécies explica porque não podemos oferecer a ração de um gato para um cão e vice-versa.
Fontes: Taíse Fuchs, médica veterinária e professora do curso de Medicina Veterinária da Universidade Positivo (UP); Ana Luiza Palhano Silva, doutora em Nutrição Animal e professora da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP); Daniele Cristina de Lima, zootecnista, mestre em Ciências Veterinárias e aluna do doutorado de Zootecnia da Universidade Federal do Paraná (UFPR); Thais Andrade Costa Casagrande, doutora em Ciências, com ênfase em Cirurgia Veterinária, e coordenadora do curso de Medicina Veterinária da Universidade Positivo (UP).
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