Animal

Quando o novo membro da família é um pássaro

Willian Bressan
11/07/2015 15:00
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Parte da família Amaral: a mãe Eliane, o pai Roberto e a filha Larissa, com a duplinha Teobalda e Boris.
Foi total o estranhamento da família quando, há cinco anos, o engenheiro químico Vinícius Amaral, 27 anos, chegou em casa com uma calopsita. Eles tinham sido donos de cães quando moravam em uma casa, mas em apartamento sempre houve uma certa resistência. A mãe de Vinícius, Eliane Amaral, 47 anos, por exemplo, se preocupava com o cheiro pela casa fora e os gastos com alimentação, manutenção e vacinas. Objeções que logo desapareceram.
Diferentemente de cães e gatos, os pássaros têm despesas bem mais baixas, pois não necessitam de vacinas e o custo com alpiste e ração é mais em conta. Assim, logo a pequena Teobalda ganhou um companheiro, Boris, e a dupla se transformou na alegria da família. Houve a necessidade, no entanto, de adaptações no apartamento. “Como queríamos deixá-los soltos e não cortamos as asas, providenciamos telas em todas as janelas, além de fechar a sacada e aquecer a gaiola em dias de frio”, conta Eliane.
Ibama
Rogério Lange, médico veterinário e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), explica que o processo para ter uma ave em casa começa com a checagem de que espécies são liberadas pelo Ibama e a escolha de um criadouro legalizado e registrado (nunca em beira de estrada!). Outra dica é sempre exigir pela nota fiscal, pois ela acaba sendo o documento que comprova a legalidade do animal.
Na hora de levar o pássaro para casa, adaptações são necessárias como as que Eliane fez. No período de frio intenso, por exemplo, é importante tomar alguns cuidados com a alimentação para garantir que o organismo da ave absorva o máximo de vitaminas e proteínas, ajudando a se manter mais forte e saudável. Também é preciso deixá-los sempre abrigados.
Luciano de Pauli, do Paraíso dos Pássaros, explica que é preciso manter a gaiola sempre limpa, forrando-a com jornal ou tapetes higiênicos e manter brinquedos para o lazer do bicho. Além disso, o horário de repouso deve ser respeitado e sempre com baixa luminosidade.
DOCUMENTOS
Pássaros devem ser comprados com nota fiscal, certificado de origem do Sisfauna e marcação individual (anilha ou microchip). A nota fiscal deve discriminar a marcação individual (tipo e número) para que possa ser correlacionada com o animal. O comprador deve manter tais documentos, comprovando a origem legal do animal, de acordo com o Ibama.
LEGISLAÇÃO
De acordo com a Superintendência do Ibama no Paraná, há aves que podem ser criadas em casa sem a necessidade de registro nos órgãos ambientais (consulte o anexo I da Portaria Ibama nº93/1998, disponível no site do órgão). Fazem parte deste lista: a calopsita, o periquito australiano e o canário-belga (também chamado de canário-do-reino). Para quem deseja ter papagaio e arara, por exemplo, é preciso buscar por criadores registrados e que comprovem que os animais nasceram em cativeiro.
ESCOLHA
De acordo com Luciano de Pauli, do Paraíso dos Pássaros, é preciso ter um objetivo ao adquirir uma ave para a casa. Se a pessoa deseja que ela cante, o mais indicado é um canário, que pode ser comprado a partir de R$ 100. Para quem busca interação, prefira calopsitas (a partir de R$ 250) e periquitos (a partir de R$ 120). O Ibama lembra que é preciso escolher espécimes que nasceram em cativeiro, pois elas estão adaptadas ao convívio com seres humanos.