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Saiba como cuidar do seu pet “velhinho”
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Nedir Chiarello (à  dir.) com a filha Bianca e a “idosa” da família, a vira-lata Jasmin, de 18 anos: cuidado extra ao animal para retribuir todo o carinho. Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

A vira-lata Jasmin tem 18 anos de idade. Agitada e ativa durante toda a vida, hoje ela prefere ficar mais quietinha. Sua pelagem alaranjada e amarela, que a assemelhava a uma raposa, foi rareando com o tempo. E ela sente tanto frio que, no inverno, dorme enroscada com o gato Bispo.

As donas do animal, a técnica de enfermagem Nedir Giacomelli Chiarello, de 54 anos, e a filha, a auxiliar administrativa Bianca Giacomelli Chiarello, de 24, não poupam cuidados com a cachorrinha. Passam pomada contra alergia, dão banho duas vezes por semana, adicionam suplementos alimentares à ração. “Ela está na nossa família desde filhote. Sempre nos ofereceu carinho, segurança, companheirismo. Agora é a hora de retribuir”, diz Nedir.

A médica veterinária Ana Paula Sarraff Lopes, coordenadora da Unidade Hospitalar para Animais de Companhia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), afirma que mudanças de comportamento em cães e gatos de idade avançada são normais. “Com o passar do tempo, os animais idosos vão ficando mais quietos, dormindo cada vez mais e podem ir ficando surdos. É normal, como no ser humano. Cães de 13, 14, 15 anos não escutam mais tão bem.”

Nedir conta que, quando Jasmin era jovem, não podia ouvir a campainha tocando que se agitava toda e corria pela casa. Nos dias de hoje, a cachorrinha nem percebe quando chega uma visita e não acorda com o barulho das panelas na cozinha. Ela também perdeu um pouco da visão e do brilho nos olhos. “O cristalino, que é a lente do olho, envelhece, e o globo ocular vai ficando opaco. Essa alteração é natural, não é um indício de catarata ou de perda visual”, explica a médica veterinária.

Sensibilidade

Tirar o cão ou gato idoso do convívio com a família é um dos principais erros dos proprietários, aponta a veterinária Rita de Cássia Maria Garcia, professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR). “A falta de estímulos diminui a qualidade de vida. Os donos não devem deixar o animal isolado, alguns desenvolvem distúrbios comportamentais por causa disso.”

Outra questão que impacta no bem-estar dos pets velhinhos é a dor. Quando Jasmin tem crises de artrose, é levada a uma clínica veterinária e medicada com corticoides, um cuidado essencial para que ela não viva em sofrimento. “Falta às pessoas conhecerem seus animais, porque a dor é o humano que detecta, os bichos não falam. O proprietário precisa ter sensibilidade. Se o dono não liga muito ou só atende às necessidades mais básicas, a dor passa despercebida”, diz Rita.

Cuide bem do seu “velhinho”

As médicas veterinárias Ana Paula Sarraff Lopes e Rita de Cássia Maria Garcia listam medidas indispensáveis para a saúde de cães e gatos na terceira idade:

  • Nutrição
    A alimentação deve ser específica para animais idosos. Rações sênior contêm menos sódio e mais nutrientes como vitaminas e ácidos graxos, importantes para pets em idade avançada.
  • Consultas
    O check-up anual não pode deixar de ser feito só porque o animal está velhinho. A bateria de exames deve ser bem completa: auscultação do coração e do pulmão, exame de sangue, ultrassom abdominal e ecocardiograma.
  • Prevenção
    Tanto cães como gatos devem tomar duas vacinas anuais, independentemente da idade. Vermífugos contra parasitas devem ser aplicados a cada seis meses.
  • Atenção
    Não isole o animal da família só porque ele está mais quietinho. Agora, mais do que nunca, ele precisa de amor e carinho. Pets idosos devem dormir dentro de casa e continuar a fazer exercícios físicos, como passeios.
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