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Brasileiro com alma francesa

Ana Clara Garmendia - anaclara@anaclara.com.br
03/07/2014 03:30
Temos nome novo no processo criativo da moda brasileira. Quer dizer, nem tão novo assim. O paraense Rogério Vasques tem anos de experiência na moda. Seu primeiro passo foi, ainda pequeno, amar ver a mãe exercer seu hobby à beira da máquina de costura. Mais tarde foi em busca de realizar o que mais amava. Estudou design e se mudou para Paris. Ali aprendeu a falar a língua e estudou no Instituto Francês da Moda, uma das instituições mais respeitadas no assunto na França. Viveu lá por 11 anos e teve a oportunidade de trabalhar alguns deles ao lado de Karl Lagerfeld. Para Vasques, essa convivência foi um rito de passagem. Em Paris, também trabalhou com a Balenciaga. Com esse currículo e a eterna paixão no coração, Vasques está de volta ao Brasil (ele mora no Rio de Janeiro) onde concretizou seu sonho maior: a Maison Revolta. A marca, que tem como madrinha a top paraense Caroline Ribeiro, propõe uma roupa que une sua experiência no luxo francês com a vontade de fazer moda em seu país natal. Pura revolução entrar em terras brasileiras com a determinação de promover um casamento entre estilos tão distintos. O lado cool e blasé da roupa francesa com a busca pela novidade e ousadia almejada pela clientela brasileira. Voilà trechos da entrevista exclusiva concedida à coluna:
Como foi trabalhar ao lado de Karl Lagerfeld?
Ele é uma pessoa muito importante na minha vida. Com ele, eu aprendi muita coisa, principalmente o cuidado com a qualidade da roupa, o estilo, a importância da modelagem, as linhas, o corte. Hoje a minha maneira de fazer roupa é muito próxima do que eu aprendi com ele. Guardo muito desse aprendizado. É como se fosse um balé. Era um espetáculo ver as provas de roupa com ele. Eu trago muito isso no meu trabalho com a Maison Revolta.
Voltar ao Brasil foi uma decisão planejada? Como é fazer roupas para a mulher brasileira depois de uma imersão na moda francesa?
No início, era um sonho voltar ao Brasil e ter minha própria marca. A Maison Revolta é uma união entre as duas mulheres. A elegância e o estilo da moda francesa com a leveza e a naturalidade da brasileira.
Quais as maiores diferenças entre as duas?
A mulher brasileira é curiosa. Ela tem essa vontade de conhecer e aprender a moda. A francesa, por outro lado, chega a ser meio blasé. A cultura de moda já foi assimilada pelos franceses.
O essencial para uma mulher elegante?
Eu adoro essa frase “less is more”. Uma mulher elegante está sempre trabalhada no menos. Sem muito excesso. Sem excesso de maquiagem, nas roupas, nas cores, nas estampas.
O essencial para uma mulher cool?
Ela tem que guardar o que é mais importante nela: sua leveza, sem buscar uma elaboração muito grande e sem entrar em modas.
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