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Conheça a celebração da Páscoa dos poloneses e ucranianos em Curitiba

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16/04/2017 14:00
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A celebração dos poloneses acontece no Bosque do Papa (Foto: Letícia Akemi / Gazeta do Povo) | Leticia Akemi

Em clima de comemoração e reencontro, as famílias ucranianas e polonesas celebram nos sábados que antecedem a Páscoa a benção dos alimentos, uma cerimônia tradicional para abençoar a primeira refeição do domingo de Páscoa. Neste sábado (15), a celebração ucraniana aconteceu no Memorial Ucraniano e a polonesa, conhecida como Swieconka, no Bosque do Papa.
Ucranianos esperam a benção das cestas no Memorial Ucraniano (Foto: Letícia Akemi / Gazeta do Povo)
Ucranianos esperam a benção das cestas no Memorial Ucraniano (Foto: Letícia Akemi / Gazeta do Povo)
Embora sejam comunidades distintas, algumas tradições de ucranianos e poloneses são semelhantes. As cestas ucranianas, por exemplo, são recheadas de paskas (pães tradicionais), pêssankas (ovos decorados manualmente), babka (pão doce), entre outros alimentos – todos preparados pela família. Louise Raulik, uma das participantes da cerimônia ucraniana, conta que a montagem da cesta leva um dia todo. “Ontem (sexta-feira) passamos o dia fazendo paskas para colocar na cesta e até para dar de presente”, relata.
Entre os ucranianos, há também o costume de incluir nas cestas carne de porco, linguiça, requeijão, sal, uma raiz forte chamada krim, além de flores e toalhas bordadas para a decoração.
(Foto: Letícia Akemi / Gazeta do Povo)
(Foto: Letícia Akemi / Gazeta do Povo)
Da mesma forma, nas cestas polonesas, cada alimento tem um significado. A raiz forte deve ser a primeira iguaria a ser mastigada na Páscoa, pois ajuda a lembrar o sofrimento de Jesus Cristo. Os ovos, segundo item a ser consumido pelos poloneses, simboliza a vida nova, a ressureição de Jesus.
(Foto: Letícia Akemi / Gazeta do Povo)
(Foto: Letícia Akemi / Gazeta do Povo)
Em ambas as tradições, há o costume de repartir os alimentos. No caso da Páscoa, são os ovos. Para os ucranianos, o café da manhã de domingo só começa depois de a matriarca ou o patriarca dividirem a krashanka (ovo cozido tingido por uma única cor) com todos que estão na mesa, e cada um comer o seu pedaço.
(Foto: Letícia Akemi / Gazeta do Povo)
(Foto: Letícia Akemi / Gazeta do Povo)
De geração em geração
Josefa Gural – que se chamava Yusthenna antes de chegar ao Brasil – mantém até hoje o hábito de reunir toda a família em sua casa para confeccionar as cestas. “Mesmo quando viajo, ainda vou a alguma igreja para benzer a minha cesta. Se não faço isso, parece que falta alguma coisa”, conta Lilian Carla de Castro, que neste ano também trouxe a “comadre”.
Isso não impede, porém, que a tradição sofra algumas adaptações. Para Jaqueline Krupzock Schedeloski, polonesa fiel à tradição, qualquer pessoa pode montar a cesta com os alimentos que consome normalmente e levar para abençoar. “O que importa é o coração”, afirma. Foi o caso de Silvia Helena Merlin Ploz que, embora não tenha ascendência polonesa ou ucraniana, gosta da cerimônia. “Na verdade, minha ascendência é italiana, mas vim conhecer a tradição deles”, afirma Silvia Helena Merlin Ploz.
*Colaborou Maria Isabel Miqueletto.