Comportamento

Talita Boros Voitch

Dá para levar as crianças no programa de carnaval dos pais?

Talita Boros Voitch
23/02/2017 14:00
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Existem dezenas de opções para os pequenos curtirem o carnaval, como bailinhos organizados especialmente para eles. Mas como ficam os pais amantes dos blocos de rua, dos bailes em clubes privados ou dos festivais?  Será mesmo que não tem jeito de incluir os filhos na programação foliã dos adultos com segurança e responsabilidade? É possível, sim, mas a lista de cuidados não é pequena. Afinal, a integridade das crianças depende de uma combinação de fatores que não pode ser deixada de lado nos dias de folia.
Vale o clichê: segurança em primeiro lugar
O local escolhido – seja clube, bloco ou festival – deve ser totalmente seguro para crianças. Carnaval muitas vezes é sinônimo de um amontoado de pessoas e isso não é adequado para quem está com uma criança pequena a tiracolo. Se for a um bloco de rua, fique fora do empurra-empurra e mais distante do som. O mesmo vale para outros tipos de festa. O importante é estar longe da muvuca e de possíveis confusões.
De dia sim! 
O ideal é que o programa seja diurno. À noite os pequenos devem estar longe do barulho e da agitação. A pediatra Neuma Kormann, do Hospital Pequeno Príncipe, é taxativa. “À noite nem pensar. Se for de dia, o ambiente também tem que ser muito familiar, propício para a criança estar naquele local”, diz. Leve sempre em consideração a disposição do seu filho. Não exagere.
Prepare-se para a carga em excesso
É importante levar todos os apetrechos básicos da criança. Nisso, vale tudo o que é essencial para o bem-estar do pequeno, desde alimentos, bebidas, trocas de roupa e fraldas, se for o caso. Não deixe para comprar na hora. Previna-se sempre. Caso o evento seja a céu aberto, não esqueça do chapéu e protetor solar. E sempre que possível prefira a sombra. Tecidos leves, como algodão, são os ideais para o calor.
A pediatra Neuma destaca que o comportamento dos pais serve como exemplo para a criança, independentemente da idade. “É muito comum a repetição de comportamento. A criança não pode vivenciar angústias que ela não está preparada para sentir. Isso pode marcar para o resto da vida”, afirma.
Experiência de carnaval que deu certo: com o bebê de 8 meses no Psicodália
Taiana, Rodrigo e a filha Maia participaram do carnaval do Psicodália no ano passado.
Taiana, Rodrigo e a filha Maia participaram do carnaval do Psicodália no ano passado.
No ano passado, a jornalista Taiana Bubniak levou a filha Maia, na época com 8 meses, para passar o feriadão no Psicodália, festival tradicional que reúne bandas e músicos no carnaval, em uma fazenda na cidade de Rio Negrinho, na divisa de Santa Catarina com o Paraná.  Foi a primeira vez que Taiana e o marido participaram do evento e logo com um bebê pequeno. Leia o depoimento:
“Acho que dá para aproveitar o Carnaval com criança pequena sim. Claro, que há adaptações necessárias, mas acho mais fácil incluir a criança da forma que for possível na programação dos pais do que a família toda ficar em uma “bolha”, como se o convívio social estivesse dissociado da maternidade/paternidade. Escolhemos o Psicodália porque era um festival que já ouvíamos falar bastante e porque moramos há 40 km da fazenda onde é realizado. Então fomos tranquilos porque estávamos perto de casa. A nossa experiência foi bem positiva. A Maia tinha 8 meses e levamos tudo o que ela poderia precisar. Piscininha inflável para usar como banheira, apetrechos de cozinha e mantimentos para cozinhar lá e manter a alimentação da filhota, brinquedos e outras coisas. Usamos muito os carregadores (sling e canguru) porque nos davam mobilidade e deixavam ela tranquila. Quando assistíamos aos shows, colocávamos um algodãozinho no ouvido dela e ficávamos longe da caixa de som. Com certeza valeu a pena carregar as malas todas. A Maia sempre foi bastante receptiva com pessoas então sabíamos também que ela não ia estranhar.  Ela interagiu bastante com os amigos que estavam com a gente (todos eles sem filhos), que também demonstraram gostar de conviver com um bebê.”
Neste ano, o Psicodália, que acontece entre 24 de fevereiro e 1 de março, terá programação e estrutura especiais para crianças. O Espaço Kids terá oficinas de construção de brinquedos, vivência teatral, história da arte, e contação de histórias. Já o Materdália, interligado ao Espaço Kids, foi desenvolvido especialmente para crianças de até cinco anos e seus responsáveis. No Diálogos Materdália haverá rodas de conversa a partir dos temas: parto, pedagogia Waldorf e a importância da música no desenvolvimento infantil.

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