Comportamento

Amanda Milléo

Após um mês na UTI, gêmeos vão passar o dia das mães em casa

Amanda Milléo
08/05/2017 14:00
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Janaina com os filhos Samuel e Rafaela. "Era uma sensação de incapacidade", fala sobre a experiência de receber alta e deixar os filhos no hospital. (Foto: Arquivo pessoal)

O casal de gêmeos Samuel e Rafaela nasceu de forma prematura no dia 30 de março deste ano, oito semanas antes do previsto. Foram direto para a UTI do Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba, onde ficaram durante 30 dias. Um mês inteiro em que a mãe e o pai Rafael passaram angustiados, entre idas e vindas à UTI, sem poderem dormir uma noite completa ao lado dos filhos recém-nascidos. “Era horrível passar a noite longe deles. É uma sensação de incapacidade. Quando eu tinha que ir embora, doía muito. Eu sabia que eles estavam sendo muito bem cuidados, mas toda mãe quer ficar junto, receber alta todos juntos”, relata Janaina Sturião, líder de promoção, de 27 anos.
A angústia de passar todo esse tempo longe era amenizada por uma boa notícia: os gêmeos nasceram muito bem, só precisavam ganhar um pouco mais de peso antes de receberem alta. Cada um veio ao mundo com apenas 1,4 kg. Após pouco mais de um mês do nascimento, eles já estavam próximos de 2 kg.
Janaina com o marido Rafael, os filhos Samuel e Rafaela, ainda no hospital (Foto: Arquivo pessoal)
Janaina com o marido Rafael, os filhos Samuel e Rafaela, ainda no hospital (Foto: Arquivo pessoal)
Todos os dias Janaina ia cedo ao hospital e entrava na rotina de tirar leite, de três em três horas, para dar aos pequenos até à noite. Ficava lá, junto com o marido, todo o tempo que podiam e só saíam quando solicitados. Na época, lembrar de toda a história da família dava forças para que acreditassem que logo estaria tudo bem.
“Quando completei 25 semanas (5 para 6 meses de gestação), quase entrei em trabalho de parto. As chances de eles sobreviverem, se nascessem naquela época, eram mínimas. Fiquei internada por um tempo e consegui segurá-los até as 31 semanas (8 meses). As enfermeiras me falaram que, quando descobriram que iam nascer gêmeos de 31 semanas, prepararam todo o material para entubar, caso fosse preciso, mas não precisaram de nada disso”, conta a mãe com alegria.
Depois do período de engorda, no dia 1º de maio, Samuel e Rafaela puderam ir para casa conhecer todo o aconchego que os pais preparam para os irmãos. A data, inclusive, não poderia ser mais especial, pois no mesmo dia também é celebrado o aniversário do pai das crianças, Rafael da Silva Galvão, policial militar de 32 anos.
A família completa na saída do hospital Nossa Senhora das Graças, no último feriado, dia 1º de maio (Foto: Arquivo pessoal)
A família completa na saída do hospital Nossa Senhora das Graças, no último feriado, dia 1º de maio (Foto: Arquivo pessoal)
Em casa, as preocupações dos pais, ainda que menores, foram substituídas pela boa e velha rotina. “Não consigo deixar de pegar os dois quando eles choram. Não dá para deixar um chorando enquanto dou de mamar para o outro. Sempre que consigo, coloco um de cada lado e eles são tão bonzinhos! Quase não choram para nada”, diz a mãe que, animada, não vê a hora de chegar o primeiro Dia das Mães com os pequenos.
Janaina lembra do quanto ela e o marido lutaram pela gravidez dos gêmeos. “Tentei engravidar por dois anos e nada. Eu não menstruava regularmente, então não ovulava e meu médico me prescreveu um remédio que induzia a ovulação. Achei que não ia dar certo porque toda vez que fazia o exame para verificar a ovulação, não parecia estar funcionando até que um dia deu certo.”
Dias antes de descobrir a gravidez, Janaina viajou com o marido para as praias de Santa Catarina e diz ter sentindo muita cólica e enjoo, embora não tivesse passado pela cabeça que poderia estar com os bebês a bordo. “Quando voltamos para Curitiba, eu passei em uma farmácia e comprei o teste só por comprar. Fiz e deu positivo. No mesmo dia fiz o exame de sangue e deu um valor muito alto, mas não imaginei que poderiam vir gêmeos! Nisso eu já estava grávida de oito semanas, então na primeira ecografia eu já vi os dois ali. Passei o dia todo chorando de alegria”, relata a mãe.
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