Comportamento

Redação, colaborou Maria Miqueletto

Defesa: gritar por socorro nem sempre funciona, o ideal é falar alto como em uma discussão

Redação, colaborou Maria Miqueletto
10/06/2017 18:46
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Na aula, as mulheres aprenderam golpes simples para situações do cotidiano, como quando alguém puxa pelo abraço ou tenta abraçar a força. Foto: Maria Miqueletto.

O Brasil ocupa o 5.º lugar no ranking de países com maior índice de violência contra as mulheres, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgados no Mapa da Violência 2015. Aliado ao aumento de assaltos nas ruas, aprender a se defender tornou-se essencial. Pensando nisso, o Pa-kua, em parceria com a marca Peita, realizou uma aula de defesa pessoal neste sábado (10), em Curitiba.
Confira todas as dicas e golpes ensinados pela mestra Artes Marciais Priscila Sandrini:
Essa é a segunda edição do evento, que ao todo já contou com a participação de 310 mulheres. Desta vez, as participantes foram convidadas a usar a camiseta all-type – estampadas apenas com texto, sem imagem – da marca Peita, que carrega a frase “Lute como uma garota”. Criada pela designer curitibana Karina Gallon, a Peita quer fazer as pessoas vestirem a causa (literalmente) e levar para as ruas a luta das mulheres.
O objetivo da aula é ajudar as mulheres a se sentirem mais empoderadas e seguras para se defender diante de uma situação de risco. Para Jéssica Piuna, almoxarife, as instruções auxiliam a manter a calma caso algo aconteça. “Eu ando e moro sozinha. Caso passe por uma situação dessas, não vou ter medo e ficar parada, vou saber me defender”, complementa.
Na aula, as instrutoras deram dicas básicas de como agir – ou quando agir – no caso de uma situação de perigo, além de ensinar golpes simples, que podem ser usados facilmente no dia a dia. Logo no início, a mestra em Artes Marciais e médica veterinária Priscila Sandrini deixou claro em quais momentos a mulher deve reagir: apenas quando houver risco à própria vida e integridade física, caso contrário, se for um assalto em que o bandido queira apenas os pertences da vítima, não é indicado tomar uma atitude no momento.
Se a abordagem for violenta, o primeiro passo é aprender como pedir ajuda, em locais públicos. Gritar por socorro nem sempre funciona, pois afasta ainda mais as pessoas que estão próximas por medo de se envolverem. Segundo Priscila, o ideal é falar alto, como se estivesse em uma discussão.
Adriana Tozzi Pontoni, coordenadora do curso de engenharia civil da Unibrasil Centro Universitário, participou da aula e levou também sua filha, Alice Pontoni, de 7 anos. “A gente esquece como é importante praticar um exercício que te dê alguma consciência corporal para conseguir se defender em uma situação de risco”, afirma Adriana.
Maria Luiza Nogikovski Araujo, bacharel em direito, também deixou o frio de lado para participar da aula e ressalta como o básico da defesa pessoal já pode ajudar em uma situação de risco. “A gente vê o quanto somos vulneráveis. Então, depois disso, se estivermos sozinhas em um lugar, a gente consegue se defender com poucos movimentos”, conta Maria. Moryenna Amaral, advogada, acompanhou Maria e ressalta: “A gente espera não ter que usar os golpes, mas é importante saber, porque hoje em dia está cada vez mais perigoso”.
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