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Viver Bem

20 palavras que você precisa saber antes de vir a Curitiba

Viver Bem
24/03/2017 09:00
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Curitibano que é curitibano já comeu “chineque” no café da tarde, pegou o “busão” para ir até a Rua XV e fez questão de corrigir alguém que pediu um cachorro-quente com duas salsichas – “aqui é vina!”. As expressões típicas da capital paranaense fazem parte de sua identidade e fortalecem o sentimento de carinho por quem é daqui.
Para Bruno Dallari, professor do departamento de linguística da UFPR, o surgimento de novas palavras e expressões faz parte do processo de criação da língua, que está sempre se modificando. “Em uma época em que existe uma tendência grande de homogeneização linguística por conta da globalização e das redes sociais, é possível ver não apenas termos preservados como também os que são criados”, afirma.
Paulistano, ele mora aqui há seis anos e ainda sente estranheza ao falar determinadas palavras do vocabulário curitibano, como “piá”. “É um termo muito interessante, utilizado para se referir a um garoto ou a um rapaz, mas não é evidente para alguém de fora. Ainda não sei usar”, diz.
A seguir, o Viver Bem listou alguns termos clássicos curitibanos. Se você é daqui, com certeza vai se identificar com todos; se não, não desista – ou, como diria alguém da capital paranaense, não largue os bets: todos eles estão traduzidos.
“Adevogado”: você conhece o significado dessa palavra, mas deve estar estranhando a letra “e”, já que a grafia correta é “advogado”. É que em Curitiba a pronúncia é assim mesmo, como se houvesse uma vogal entre o “d” e o “v”. Vai entender.
Bera: apelido carinhoso dos curitibanos para cerveja.
Bolacha: é como chamamos qualquer tipo de biscoito, seja ele recheado, de água e sal ou de maisena. Biscoito em Curitiba é feito de polvilho.
Busão: é o veículo que transporta várias pessoas, conhecido no resto do Brasil como ônibus. Dentro dessa categoria, temos o bi-articulado, famoso “vermelhão”, e o ligeirinho; ambos param nas estações-tubo da cidade.
Foto: Antonio More/Gazeta do Povo
Foto: Antonio More/Gazeta do Povo
Capaz: a expressão existe em outras cidades, mas aqui pode ter inúmeros significados, como “o quê?”, “não acredito!”, “até parece”, etc.
Chineque: pãozinho doce de padaria coberto com creme de baunilha e farofa.
Curitiboca: é a pessoa nascida e criada em Curitiba que não demonstra carisma; é esnobe e desagradável.
Daí: utilizado para começar ou terminar qualquer frase, é uma das expressões mais frequentes no vocabulário curitibano.
Dolangue: significa mentira, conversa fiada.
Djanho: geralmente é utilizado para representar descontentamento com algo ou alguém. Se você ainda não ouviu algum curitibano dizer “piá do djanho”, ainda não viu tudo nessa vida.
Geladinho: conhecido em outras regiões como sacolé, é o refresco congelado em saquinhos plásticos cilíndricos.
Jacu: pessoa tosca, sem noção.
Japona: é a peça de roupa que todo curitibano tem em casa para se proteger do frio. Em outras palavras, é uma jaqueta de náilon acolchoada.
foto: Pixabay
foto: Pixabay
Vina: em Curitiba não existe cachorro-quente com salsicha. É vina!
Penal: estojo escolar para guardar lápis e canetas.
Piá: usado para se referir a um garoto, adolescente  ou entre amigos do sexo masculino. Quando usado na expressão “piá de prédio”, a intenção é pejorativa; significa que o indivíduo é mimado.
Pila: é como os curitibanos se referem a dinheiro. “Piá, me empresta cinco pila para eu pegar o busão?”
Pinhão: símbolo do inverno paranaense, o pinhão é a semente da araucária, pinheiro típico do estado. Os curitibanos se orgulham em explicar o que é e como se come.
Foto: Bruno Covello
Foto: Bruno Covello
Sinal: é como são chamados os semáforos de trânsito.
Fonte: Giphy
Fonte: Giphy
Tesão: aqui não tem malícia; a palavra é utilizada para enfatizar algo que é muito bacana. Não se espante em ouvir um “que tesão, piá!” de um curitibano.