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Segundo consultora, o presente "dois em um" só é válido se for um desejo do aniversariante. Foto: Bigstock.
Segundo consultora, o presente "dois em um" só é válido se for um desejo do aniversariante. Foto: Bigstock. | Foto:

Quem faz aniversário em dezembro com certeza já cansou de ouvir a seguinte frase:  “este presente é pelo aniversário e pelo Natal” — seguida de um sorrisinho amarelo do presenteado. Apesar de prática, a junção dos dos presentes nem sempre é uma boa ideia e, quem vive essa situação, geralmente não costuma ficar nada confortável ou feliz.

É o caso do professor de História Victor Hugo Rodrigues Coelho, que fará aniversário de 34 anos em 26 de dezembro, um dia depois das festividades natalinas.

“Quando eu era criança ficava bolado com essa situação. Mas agora eu dou aquele sorrisinho de agradecimento. É aquele ditado: ‘to rindo, mas to chorando’”, brinca. Quando ele é quem vai presentear alguém que faz aniversário perto do Natal, faz um esforço para dar dois presentes — ele não quer que outra pessoa passe pelo que ele costuma passar. “Natal é uma coisa e aniversário é outra. É bem simples. Sei que o país está em crise, mas não custa se esforçar”, afirma.

A bióloga Liana Ludielli da Silva, que fará 39 anos no dia 24 de dezembro, véspera de Natal, levou mais sorte do que Victor. “Desde pequena eu passo por essa situação, mas meus pais me deixavam escolher um presente melhor, já que eu iria ganhar só um presente”, conta. Mesmo ouvindo comentários de amigos ou outros parentes como ‘que azar, vai ter que ganhar só um presente’, Liana comenta que tinha a vantagem de ganhar o regalo de alguém especial. “Quem me dava o presente era o Papai Noel”.

Liana, em um de seus aniversários, na véspera de Natal. Foto: Arquivo Pessoal
Liana, em um de seus aniversários, na véspera de Natal. Foto: Arquivo Pessoal

Juntar ou não juntar o presente: eis a questão 

Segundo a consultora financeira e professora do Departamento de Administração da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ana Paula Cherubim, o ato de presentear é sempre uma situação delicada, pois a interpretação entre quem presenteia e ganha pode ser distinta — e encarada como algo obrigatório, e não espontâneo, por exemplo.

Sobre o dilema de dar um só presente, Ana Paula diz que a regra principal é conhecer o aniversariante, pois pode significar que a pessoa espere algo melhor, que valha por dois. “Tem que conhecer a pessoa, tentar saber o que ela quer. Se ela ganhar só um presente simples, a festa pode ficar sem graça”, fala.

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A professora Ana Paula Cherubim elencou algumas atitudes básicas para não errar no presente. Confira:

 Perguntar não é uma boa pedida 

Além de não ser muito gentil, a pergunta pode uma dor de cabeça para quem vai comprar o presente. “Depois que você perguntou, você assinou um contrato com a pessoa e praticamente se compromete a dar o que ela quer”, diz Ana Paula. E caso não possa comprar o que foi pedido, corre o risco de gerar frustração.

E a pessoa, ainda que esteja preocupada em presentear, está sujeita a ouvir que o aniversariante não quer nada. “Você não pode simplesmente embrulhar nada e dar para o aniversariante”, brinca. O melhor, na avaliação da consultora, é equilibrar o gosto do felizardo com  as possibilidades financeiras de quem compra.

O alerta vale para os pais, que sempre respondem o tradicional “não precisa”.  “Ainda que o pai ou mãe diga que não quer nada, pode estar à espera de alguma coisa”, alerta a consultora.

Fuja das roupas

Roupa pode ser um item bastante procurado, mas, como envolve questões como gostos e tamanhos, está sempre sujeita a troca. E, do ponto de vista financeiro, isso pode causar desconforto. “Se a roupa foi barata, talvez quem comprou não queira que a pessoa que ganhou saiba o valor. E em caso de troca ela acaba por descobrir”, diz.

Para crianças, tente seguir o desejo à risca 

Na avaliação da consultora, a dica é não substituir (apenas, obviamente, por questões financeiras). “Se uma menina quer uma boneca da Frozen e você achou outra boneca mais bonita, não substitua. A criança vai ficar chateada”, exemplifica. O melhor neste caso é dar outro brinquedo ou objeto que seja diferente. “Compre uma bolsa, um doce, um livro de pintar, uma coisa que não venha a concorrer com aquilo que a criança espera”, ensina.

 

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