Comportamento

Anna Carolina Amaral especial para a Gazeta do Povo

Família Mendes prova que amor fala mais alto que sangue

Anna Carolina Amaral especial para a Gazeta do Povo
24/05/2016 22:00
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O casal Ingrid e Marcos Mendes com seus oito filhos: Aryanne, Carolynne e Rafael (atrás), Andréia, Cristofer, André, Emely e Taynara (da esquerda para a direita).

No Dia Nacional da Adoção (25), a história de amor e superação do casal Ingrid e Marcos Mendes e dos seus oito filhos Aryanne (25), Carolynne (23), Rafael (21), Taynara (14), Andreia (12), Cristofer (10), Emely (8) e André (7) é uma prova de que o amor é maior do que qualquer obstáculo e que o vínculo familiar é criado com tempo e dedicação.
Ingrid, 46 anos, sempre teve vontade de adotar uma criança, mas após o terceiro filho biológico, Rafael, ela e o marido, Marcos, 55 anos, desistiram da ideia. No entanto, quando o então caçula completou 17 anos, o coração de mãe falou mais alto e ela voltou a pensar na adoção. “Simultaneamente, eu vi cartazes sobre as Crianças Inadotáveis (que não fazem parte do padrão desejado, grupos de irmãos, soro positivo, mais velhos…). Aí não tive mais dúvidas, decidi adotar um dos inadotáveis, só não imaginei que seriam cinco”, recorda.
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O casal buscou orientação da Vara da Família para entender melhor todo o processo e foi na Casa Lar que conheceu seus cinco futuros filhos: Taynara, Andreia, Cristofer, Emely e André. Como eles eram irmãos, a proposta inicial era uma adoção compartilhada, com outra família, mas Ingrid não teve coragem de separá-los. Por serem muitas crianças e de diferentes idades, Ingrid e Marcos optaram por começar o processo com o “apadrinhamento”, projeto que conheceram no espaço Recriar. “Quisemos ter tempo para conhecê-los e lhes dar a oportunidade de nos adotar também”, conta Ingrid. Foi um ano de apadrinhamento, com visitas, passeios de fim de semana, viagens de férias e muita conversa, amor e carinho.
Família nota 10
Em dezembro de 2013, a família estava finalmente completa. Com dez pessoas morando sob o mesmo teto Ingrid e Marcos começaram a segunda parte do desafio. Como fazer isso funcionar? “E só funcionou porque todos ajudam, meus filhos biológicos também adotaram os irmãos mais novos e ajudam nas tarefas diárias. O Rafael, por exemplo, me ajuda a levar e buscar na escola e aulas de reforço”, conta a mãe. A casa virou quase um quartel, brinca Ingrid, e foi totalmente adaptada para a nova realidade da família. Nas paredes, a agenda da semana ajuda a organizar a rotina diária das crianças e as letras do alfabeto na sala de jantar são um convite para a educação.
Para realizar o sonho, Ingrid e Marcos se depararam com diversos desafios ao longo do caminho e por isso criaram um grupo de pós-adoção com outras famílias. O grupo Chesed (hebraico para todo o tipo de amor) – Pais por Adoção tem uma página no Facebook e conta com reuniões semanais em uma clínica de Curitiba. O objetivo de Ingrid é continuar ajudando a fomentar a adoção pelo Brasil e suas filhas Aryanne e Carolynne já disseram que também vão repetir esse ato de amor dos pais.