Comportamento

Carolina Werneck

Busca pelo autoconhecimento atrai multidão ao Congresso de Felicidade

Carolina Werneck
25/11/2017 15:28
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Sri Prem Baba fala sobre felicidade para uma Ópera de Arame lotada. Foto: Carolina Werneck/Gazeta do Povo

O sábado ensolarado parece se derramar pelo teto translúcido de uma Ópera de Arame lotada, quando Sri Prem Baba entra no palco em silêncio. Ao fundo, músicos entoam mantras enquanto o público acompanha com interesse a movimentação do mestre espiritual nascido em São Paulo. O clima de tranquilidade trazido pelo som e pelo incenso é muito propício ao assunto do dia: felicidade.
A segunda edição do Congresso Internacional de Felicidade, organizado pela Escola Brasileira de Ciências Holísticas, atrai muita gente em busca de respostas para conflitos pessoais e interpessoais, de autoconhecimento ou apenas de conhecer pessoas que também procuram a felicidade. Gaúcha de Caxias do Sul, Micheli Behrend, 38 anos, é terapeuta holística e veio a Curitiba especialmente para participar do evento. “Eu não criei muita expectativa, estou vivendo um pouquinho de cada coisa e estou gostando. A energia é boa e a intenção que eu tenho é buscar e conhecer pessoas que falem do bem, da felicidade e do amor, para a gente aprender cada vez mais.”
Vera Câmara, 66 anos, é carioca e está no congresso pelo segundo ano consecutivo. Foi ela quem convenceu Micheli a participar. “Eu sou aposentada e tenho todo o tempo do mundo para mim. Então estou muito conectada comigo. Acho que nosso mundo está tão em colapso que procurar essas tribos que promovem valores de afirmação de um mundo melhor vale a pena.”
Junto dela, outra carioca, a pedagoga Monique Gewerc, de 53 anos, diz que “embora tenha sempre me interessado por esses assuntos da espiritualidade, chega um momento da vida da gente em que fica cada vez mais premente essa necessidade de a gente se conectar com o que não é material, mas que é tão real quanto”. Para ela, o congresso é uma oportunidade de encontrar pessoas que estão dispostas a falar desses valores e da importância que têm outras coisas além do dinheiro e da materialidade.
Da parte de trás do palco podia-se ver a grande quantidade de participantes da palestra de Baba. Foto: Carolina Werneck/Gazeta do Povo
Da parte de trás do palco podia-se ver a grande quantidade de participantes da palestra de Baba. Foto: Carolina Werneck/Gazeta do Povo
Um evento de muitas tribos
Vestindo coletes de couro e acessórios que claramente fazem referência ao universo das motocicletas, a advogada Vanessa Moraes, 40, e o namorado, o empresário Claudio Gonçalves, 38, parecem destoar dos demais participantes do evento, em geral vestidos com tecidos mais leves. Rindo, Gonçalves garante que estar conectado à prática da felicidade nada tem a ver com a aparência. “A gente acredita que a felicidade não tem estereótipo, ela vem de dentro. Já acompanho o Prem Baba há muitos anos, estive em diversos países. A mensagem que ele leva é a mensagem do silêncio, a mensagem do encontro.”
A arquiteta Julie Reginato, 32 anos, e a designer Graciele Thibes, 31, vieram de Seara, Santa Catarina, exclusivamente para o congresso. “Acho que quanto mais a gente busca autoconhecimento mais a gente vê que ainda tem muita coisa a ser explorada”, afirma Graciele. As duas dizem estar interessadas principalmente na palestra de Prem Baba.
Conhecer as práticas da meditação e da ioga foi o que motivou o estudante de arquitetura Lucas Fujiyama, 24 anos, até a Ópera de Arame. “Os problemas estão com a gente mesmo e não no exterior. Esse congresso era o que eu precisava para ter umas confirmações e entender o que fez outras pessoas seguirem esse mesmo caminho.”
A felicidade é um fenômeno
Durante cerca de uma hora e meia, o fenômeno Prem Baba fala pausadamente sobre a busca humana pela felicidade. Em vários momentos, ele faz a plateia refletir sobre como tem vivenciado as diferentes situações da vida. “Como esse amor universal se expressa através de você? Para que você nasceu? Para compartilhar o que com o mundo? Para que e para quem estamos entregando o poder que nos foi dado?”
Para ele, “a felicidade existe e é possível aqui, agora. Na medida que você silencia a mente e se torna um canal do amor incondicional.” É o que parecem crer os muitos participantes que formam uma longa fila para pegar um autógrafo do mestre logo depois da palestra.
Além dele, outros 23 palestrantes brasileiros e estrangeiros, distribuídos em 18 painéis, vão participar do evento entre este sábado (25) e domingo (26). Entre eles, nomes conhecidos como a Monja Coen, o escritor Augusto Cury e o fundador da Escola da Ponte, em Portugal, José Pacheco.
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