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Casais podem recuperar a relação com algumas técnicas de aproximação, defende psicólogo. Foto: Bigstock
Casais podem recuperar a relação com algumas técnicas de aproximação, defende psicólogo. Foto: Bigstock| Foto:

Após estudar milhares de casais, o psicólogo Eli Finkel tem uma explicação para o declínio na satisfação das pessoas com seus casamentos ao longo das últimas quatro décadas: é uma questão de oferta e procura emocional. Muitas pessoas buscam nos cônjuges o companheirismo e apoio emocional antes fornecido por grandes famílias e instituições locais como igrejas, ligas de boliche, grupos de bridge, associações fraternas e clubes de jardinagem. Enquanto isso, porém, muitos casais estão tão ocupados com seus empregos e a criação dos filhos que passam menos tempo juntos.

O que fazer? A menos que queira reduzir sua procura, a única solução é aumentar a oferta. É possível se dedicar mais à satisfação do cônjuge, e Finkel diz como fazer isso em seu novo livro “The All-or-Nothing Marriage”. Contudo, se isso parecer muito trabalhoso, ele também oferece atalhos que chama de “ferramentas do amor”. Se sua agenda não permite uma noite romântica semanal nem férias conjuntas para realização pessoal, é possível utilizar algumas opções testadas com sucesso no laboratório de relacionamentos de Finkel na Universidade Northwestern e em outros lugares.

Na definição de Finkel, uma ferramenta do amor é uma técnica comprovada que requer pouco ou nenhum esforço e nem sequer exige cooperação do cônjuge. “É uma opção curta e grossa que pode custar alguns minutinhos por mês. Não vai resultar em um casamento excelente, mas pode certamente melhorar as coisas. Afinal, o simples fato de o relacionamento sair da lista de prioridades provavelmente irá gerar estagnação ou coisa pior.”

Ele oferece uma série de ferramentas do amor porque não acredita em soluções universais quando se trata de relacionamentos, e sugere pôr em prática a que for mais interessante.

Toque o cônjuge

Segurar a mão pode render pontos mesmo quando não se tem essa intenção, como demonstrou um experimento com casais que assistiam a um vídeo juntos. Algumas pessoas foram instruídas a não tocar no parceiro durante o vídeo, enquanto os outros deveriam tocar de “forma positiva, quente e confortável”.

Foto: Visualhunt
Foto: Visualhunt

Na sequência, quem foi tocado relatou ter mais confiança em ser amado pelo parceiro – mesmo sabendo que as ações do cônjuge eram ditadas pelos pesquisadores. Seu lado racional sabia que o ato de segurar a mão não era um gesto espontâneo de afeto, mas eles se sentiram melhores mesmo assim. Não tire conclusões precipitadas Se seu parceiro fizer algo errado, como não ligar de volta, não exagere na interpretação.

Pesquisadores concluíram que uma das maiores diferenças entre casais felizes e infelizes é seu “estilo atribucional” ao explicar a ofensa do outro.

Os casais infelizes costumam atribuir automaticamente algo como um telefonema não retornado a um defeito interno permanente do parceiro (“ele é egoísta demais para se preocupar comigo”) em vez de a uma situação externa temporária, como um dia de trabalho extraordinariamente ocupado. Quando algo dá errado, antes de tirar conclusões, reserve alguns instantes para pensar em uma explicação alternativa que coloque a culpa em outra coisa.

Visualize a briga de outro ponto de vista

Em experiência com 120 casais casados em Chicago, Finkel fez perguntas periódicas sobre seus casamentos ao longo de dois anos. Durante o primeiro ano, a satisfação com o casamento caiu, o que, infelizmente, é típico. No começo do segundo ano, alguns dos casais foram instruídos a experimentar algo novo quando se vissem brigando. “Pense nessa discordância com o cônjuge a partir da perspectiva neutra de um terceiro que deseja o melhor para todos os envolvidos; uma pessoa que veja as coisas de um ponto de vista neutro.

Como essa pessoa pode pensar no desentendimento? Como pode ver algo de positivo naquilo?” Novamente, esse pequeno exercício fez uma grande diferença. Ao longo do ano seguinte, a satisfação marital se estabilizou nesses casais, enquanto continuava a cair no grupo de controle, não instruído a usar a técnica da perspectiva de um terceiro. Faça uma lista de gratidão Uma vez por semana, anote algumas coisas que o cônjuge fez para “investir no relacionamento”, como os participantes de uma experiência foram uma vez instruídos a fazer.

Outros participantes deviam listar o que haviam feito para investir na relação. Aqueles que se elogiaram na sequência se sentiram um pouco mais comprometidos com o relacionamento, mas quem registrou as contribuições dos parceiros se sentiram muito mais comprometidos – além de, sem surpresas, muito mais gratos em relação aos cônjuges.

Aceite um elogio

Um dos fatores mais comuns em casamentos fracassados é a “sensibilidade à rejeição” de um dos parceiros. Pessoas com autoestima baixa acham difícil acreditar que são amadas de verdade, então costumam deixar de lado, de antemão, o afeto do cônjuge para não serem magoadas pela rejeição esperada. Por fim, o pior temor se torna realidade quando o comportamento defensivo termina afastando a outra pessoa.

Ao testar maneiras de contrabalançar essa ansiedade, pesquisadores solicitaram a pessoas inseguras a relembrar um elogio específico do parceiro. Fazer um relato detalhado da situação e do cumprimento não tiveram qualquer efeito, aparentemente porque os inseguros poderiam considerá-lo uma aberração da sorte.

Entretanto, houve um efeito notável quando as pessoas foram convidadas a pensar no elogio de forma abstrata. “Explique por que seu parceiro o admirou. Descreva o que significou a você e seu significado no relacionamento.” Esse exercício ajudou a entender por que o parceiro poderia gostar mesmo deles. Comemore as pequenas vitórias Quando o cônjuge contar algo que deu certo no seu dia, mostre-se empolgado. Faça perguntas para que ele conte mais a respeito. Injete entusiasmo na voz. Pesquisadores chamam isso de “tentativa de capitalização”.

Quando os pesquisadores estudaram casais que aprenderam a usar essas técnicas nas conversas noturnas, revelou-se que os parceiros se deliciavam mais com suas vitórias e os dois terminavam se sentindo mais próximos. Ao compartilhar a alegria, todos saem ganhando – e, bem ao estilo de uma ferramenta do amor, não demorou nada.

 

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