Comportamento

Camila Rehbein, especial para Gazeta do Povo

Elas adotaram um estilo Rolling Stones

Camila Rehbein, especial para Gazeta do Povo
12/02/2016 22:00
Thumbnail

Sandra Alves, Luciana Vinha, Valdirene Teixeira e Rosamira Lisboa: pé na estrada. Foto: Leticia Akemi/Gazeta do Povo.

Existe fórmula para marcar a vida das pessoas e influenciar gerações? A vinda dos Rolling Stones ao Brasil – no dia 20 no Rio de Janeiro, passando por São Paulo (24 e 27) e Porto Alegre (2/03) – afirma que sim. Formada por Mick Jagger e Keith Richards em 1962, a banda inglesa é uma das maiores referências do rock na atualidade e, como poucas, tem uma marca tão forte a ponto de transpor gerações e fazer multidões cantarem e dançarem ao som de suas icônicas músicas, como (I can’t get no) Satisfaction e Start Me Up.
Foi o amor pelas músicas – e pelo rebolado de Mick Jagger – que uniu um grupo de amigas para ver mais de perto os “meninos rebeldes”– termo utilizado em oposição ao padrão de bom moço dado aos Beatles na época. Fãs há mais de 30 anos, as empresárias Sandra Alves, 43 anos, Luciana Vinha, 44 anos, Valdirene Teixeira, 45 anos, e a professora de inglês, Rosamira Lisboa, 47 anos, viram aí uma oportunidade de relembrar momentos que marcaram suas vidas. “Eu fazia faculdade quando comecei a escutar a música deles. Eu tinha 18 anos”, relembra Luciana Vinha, responsável por agitar as amigas para a viagem.
Para elas, o principal motivo para os Rolling Stones alcançarem tanto sucesso na atualidade é a capacidade de fazerem músicas atemporais. “Eles são a prova de que só envelhecemos no corpo. Mesmo com várias bandas surgindo por aí, as músicas que eles fizeram atravessaram gerações por tocarem a gente lá no coração. Ninguém mais faz músicas tão boas assim”, pontua Lisboa. E quando o assunto é falar das canções que marcaram suas vidas, a resposta é quase unânime: Angel e Wild Horses são as preferidas.
A prova do legado que a banda consegue imprimir está em seus fãs mais jovens, normalmente influenciados por seus pais. “Os meus filhos escutam as músicas, gostam e se toca em alguma festinha em que eles estão, cantam junto”, diz a empresária Sandra Alves, que por causa de uma desistência conseguiu se unir ao grupo de amigas e vê isso como um sinal de que ela precisava estar lá. “Talvez a nossa geração seja a última a poder ver um show deles ao vivo, afinal, eles não vão viver para sempre”, diz brincando.
Elas já estão organizando os detalhes da viagem, que será de carro para poder dar liberdade para passarem em mais lugares no trajeto. Elas vão ao show de quarta-feira em São Paulo e riem todas juntas ao dizer que não estão nem aí: “Vamos abandonar marido, filho, cachorro e papagaio para vê-los tocar”.
As mutações dos ícones pop
O rock despontou nos anos 50 como um movimento de contracultura e se expandiu em diversos setores da sociedade, incluindo a moda. “As décadas de 1950 e 1960 representaram uma grande ruptura de comportamento para os jovens. Antes desse período a moda era ditada por grandes lojas e tinha um aspecto formal, conservador e era adotada por adultos e jovens”, diz a diretora de tendências da Anima Trends, Camila Ferrari.
Nos anos 1960, uma pegada mod que logo perdeu a sobriedade...
Nos anos 1960, uma pegada mod que logo perdeu a sobriedade...
Essa quebra de valores entre uma geração que acabava de sair da guerra e a que viria depois, que não se contentou em seguir padrões, foi definidora. Aí que os astros do cinema e as bandas começaram a ser referência não só de moda, mas de estilo de vida.
.. para na década de 1970 dar espaço às cores e brilhos...
.. para na década de 1970 dar espaço às cores e brilhos...
Com os Rolling Stones a história não foi diferente. Desde o início, eles se consagraram como ícones pop ao lado de bandas como Beatles e o cantor David Bowie, sendo capazes de usar a moda a favor de suas composições e músicas. Um exemplo clássico lançado nos anos 60 e que podemos ver pelas ruas atualmente são as camisetas de bandas. Quando começaram a fazer parte do guarda-roupa da juventude tinham o papel de demonstrar o questionamento contra o sistema e todas as regras impostas pela sociedade.
...tendência que durou pela década de 1980 até...
...tendência que durou pela década de 1980 até...
Ferrari dá nome a essa capacidade dos “meninos rebeldes” influenciarem tantas pessoas ao seu redor: trendesetter. “São pessoas autênticas, que circulam em ambientes ecléticos, sendo capazes de incitar as pessoas a copiarem determinado estilo”, diz. Do visual mod nos anos 60 até o exagero de estampas e cores da década de 80, eles mostram que entendem do mundo ao seu redor e conseguem transportar essas referências da música à moda com muita facilidade.
...o retorno à sobriedade nos dias de hoje, mas com toda a elegância.
...o retorno à sobriedade nos dias de hoje, mas com toda a elegância.
E mesmo com tantos anos de estrada, os Rolling Stones estão longe de ser over. A grande cartada na manga é a capacidade de evoluir seu estilo ao longo dos anos. Depois de anos, a banda assumiu um estilo mais clássico, acompanhando o momento em que vivem hoje. “Eles são a essência do rock e não precisam provar nada a ninguém”, ressalta Ferrari.
Talvez esteja aí a capacidade dos Rolling Stones de marcarem a vida das pessoas e conseguirem influenciar tantas gerações: a capacidade de nunca envelhecer. Fica aí a lição, para o guarda-roupa e para a vida.
Vitrine
Itens para os stonemaníacos:
Fotos: Divulgação.
Fotos: Divulgação.
The Rolling Stones – Edição de Colecionador, R$799,90, na Livraria da Vila (Pátio Batel).
Camiseta No Remorse Rolling Stones, R$69,90, na Bomber Rock (PolloShop).
Imagem: Giselle Veríssimo.
Imagem: Giselle Veríssimo.
Livro The Rolling Stones – A Banda Conta sua História, R$129, na Livraria da Vila (Pátio Batel).
Mochila Rolling Stones, R$ 199,90, na Paper Box (PolloShop).
Onde encontrar
Livraria da Vila, Pátio Batel – (41) 3020-3500. Bomber Rock, PolloShop – (41) 3360-5737. Paper Box, PolloShop – (41) 3360-5741.