Comportamento

Rafael Costa

“Tudo o que tento fazer me leva ao Rei”, diz Elvis curitibano

Rafael Costa
16/08/2017 19:52
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Foto: DIvulgação

Só há um curitibano para falar sobre Elvis Presley (1935–1977) no aniversário de 40 anos da morte do Rei do Rock: Rogério Cordoni, o Elvis curitibano. O músico começou a fazer cover do cantor norte-americano em 1992 e desde então vem levando a imagem do ídolo para onde vai.
A associação com a figura do artista já vinha de antes. “Tudo o que tento fazer me leva ao Elvis”, conta. “Eu sentava na bateria para tocar com minhas antigas bandas nos anos 1980, Tessália e Dr Smith, e a brincadeira era sempre a mesma: ‘Elvis não morreu, toca bateria’”, lembra Cordoni.
O músico curitibano acabou incorporando a ideia em seus shows de rockabilly, em que já se caracterizava com roupas dos anos 1950. Dali para frente, ser Elvis acabou virando uma espécie de profissão. “Tem sido muito legal. O Elvis só tem aberto portas”, diz.
Personalidade
Um dos trunfos do cover curitibano, além de ir atrás de figurinos de primeira, é não usar costeletas postiças nem peruca. “Tenho que ficar com a cara do Elvis 24 horas por dia”, comenta.
Estar na pele do personagem o dia inteiro exige esforço para que o mito do Rei não mexa com a cabeça do imitador. Segundo Cordoni — que usa o mesmo tamanho de sapato que o Rei usava —, muitos covers de Elvis assumem uma personalidade indiferente e sisuda, como se fosse o próprio Elvis. Mas isso sequer corresponde ao que o artista era, diz.
Foto: Divulgação
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Estudioso de música e apaixonado pela cultura do rock, o curitibano analisa: “Elvis era uma pessoa engraçada, brincalhona. Mas muita gente tem outra imagem”, explica. “Muito da vida do Elvis foi limitada pela responsabilidade que ele tinha como o ‘personagem’ Elvis, que tinha de ser sempre um galã.”
O Elvis curitibano, segundo Cordoni, é um Rei mais “do povo”. “Sou uma pessoa simples, acessível. Tento criar um Elvis mais gente boa e mais carismático”, explica. “Diogo Portugal brinca que eu sou o único imitador do Elvis que tem certeza de que não é o Elvis.”
O personagem pegou: há semanas em que a agenda de Cordoni está lotada de segunda a segunda. Cordoni é lembrado para todo o tipo de ocasião — de eventos corporativos a projetos sociais.
Sucesso
A força da figura de Elvis Presley nos Estados Unidos tem a ver com a importância do artista para a cultura do país, segundo Cordoni. A influência do cantor passou pela música, pelo comportamento e pela formação de uma cultura jovem nos anos 1950. “Acredito que ele apareceu na hora certa”, diz. “Nos Estados Unidos, a figura dele é usada para muitas coisas.”
Em Curitiba, Cordoni identifica uma predileção da cidade pela cultura que Elvis representa — daí o sucesso de seu personagem.
“É uma cidade que cultua o rock”, avalia. “O curitibano tem bom gosto para as coisas — se veste bem, quer ver a cidade bonita, gosta de bons espetáculos, de boas casas noturnas. É mais exigente. A figura do Elvis se encaixa perfeitamente aí.”
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