Comportamento

Willian Bressan e Agência RBS

Do Disque Amizade ao Tinder, a evolução do “xaveco” virtual

Willian Bressan e Agência RBS
28/11/2015 15:00
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Unidos pelo Tinder: Monique Lopes e Guilherme Marafon se conheceram através do aplicativo e estão juntos há 1 ano e 4 meses. (Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo)

Não é recente a ideia de que a humanidade cria atalhos para os caminhos do coração. Tecnologias e serviços criados para encurtar distâncias propiciaram novas formas de se apaixonar. Das antigas linhas cruzadas – o casal Tarcísio Meira e Gloria Menezes protagonizou a primeira novela diária da tevê, 2-5499 Ocupado, contando a história de duas pessoas que se apaixonavam a partir de linhas cruzadas, ao Disque Amizade 145, passando pelo Tinder, ao Happn, um dos mais atuais aplicativos de paquera, foi um longo caminho que resultou em muitos casais que estão juntos até hoje.
Na era da mobilidade, a paquera virou aplicativo e marcar encontros com novas pessoas se tornou uma atividade tão corriqueira quanto um like. O Tinder chegou ao Brasil, em agosto de 2013, e virou febre. Para usar a plataforma, basta criar um perfil – que pode importar informações do Facebook, por exemplo – e escolher entre as fotos que passam na tela. Com o botão coração, demonstra-se interesse na pessoa, e com o X, descarta-se o futuro crush. A lógica é simples: você só conhece as pessoas que querem lhe conhecer. De match em match (o termo usado para as combinações feitas pelo app), o Tinder virou o queridinho de quem quer descobrir gente nova e fica à espera da famosa mensagem: “It’s a match!”. Quando isso acontece, é meio caminho andado para a conquista.
Foi o que aconteceu em Curitiba com o casal formado pela estudante de Relações Públicas Monique Lopes, 22 anos, e pelo estudante de Engenharia da Computação, Guilherme Marafon, 21 anos. Monique conta que se rendeu ao Tinder depois de a mãe ter encontrado o atual namorado pelo aplicativo. “Estava há muito tempo solteira e meus amigos estavam no aplicativo. Conheci algumas pessoas, mas logo apareceu o meu namorado e gostamos um do outro. Tínhamos amigos em comum e comecei a investigar, como quem não quer nada, para saber sobre ele”, conta Monique. Após dois dias de conversa, eles marcaram o primeiro encontro – emblemático por ter sido no dia em que o Brasil perdeu a Copa de 7 x 1 – e o relacionamento deu certo e eles estão juntos há 1 ano e 4 meses.
Para o professor do UniBrasil Centro Universitário José Orlei Pombeiro, as pessoas acabam se rendendo aos aplicativos por conta da carência, mas isso não é exatamente ruim, desde que alguns cuidados sejam todos. “O relacionamento começa antes do digital e só depois vai para o ‘mundo real’, essa busca precisa ser tão natural como é no ambiente off-line e os cuidados são os mesmos nos dois universos”, explica Nelio Kubo, coordenador do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas do Centro Tecnológico Positivo.
Cuidados
A internet pode ser o lugar mais seguro ou mais perigoso na hora de conhecer alguém. A sugestão é pesquisar sobre a pessoa na internet, entrar no perfil das redes sociais, e confirmar informações como: onde ela/ele trabalha ou estuda e quem são os amigos. De acordo com a assessoria do Tinder, nenhum dado pessoal deve ser fornecido, como o endereço de casa, por exemplo. O conselho básico é: sempre conheça melhor a pessoa antes de encontrá-la pessoalmente. Por isso, converse bastante com ela e procure saber mais sobre os costumes, os hábitos, os gostos e os lugares que a pessoa frequenta. Essas informações podem dizer muito sobre o outro.
É UMA CILADA, BINO!
Confira as dicas do professor Nelio Kubo, coordenador do curso de análise e desenvolvimentos de sistemas do Centro Tecnológico Positivo e,  e do professor José Orlei Pombeiro, do UniBrasil Centro Universitário, para que o encontro não seja uma cilada:
  • Pesquise ? Tente descobrir informações como nome e sobrenome (o Tinder geralmente só mostra o primeiro). Com isso em mãos, jogue no Google.
  • Converse ? Vale a pena estender o papo virtual por um tempo até marcar o encontro real.
  • Desconfie ? Se a pessoa não tem foto no Facebook ou em outras redes sociais, desconfie. Pode ser um fake (perfil falso) de uma pessoa mal intencionada.
  • Investigue ? Se a pessoa tem amigos em comum, investigue com eles: vale a pena perguntar o que faz, se é uma boa pessoa. Use os amigos a seu favor!
  • Menos é mais ? Na hora das primeiras conversas, evite dizer o lugar onde você trabalha e passar detalhes da sua rotina. Todo cuidado é pouco.
  • Previna-se ? Chegou a hora de marcar o encontro? Opte por lugares públicos como shoppings ou praças bem localizadas.