Saúde e Bem-Estar

Caudas de sereia geram polêmica no Brasil

Vivian Faria
11/02/2016 17:10
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Foto: Divulgação Fin Fun Mermaid/YouTube
Recém-chegada ao Brasil, a moda de vestir caudas de sereia (ou qualquer outra fantasia que una e prenda os pés) para entrar na piscina recebeu contraindicação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e da Sociedade Brasileira de Salvamento Áquativo (Sobrasa), que compartilhou um vídeo de um salvamento feito por uma mãe (veja abaixo). Segundo as entidades, a união dos pés provocada pelo uso da cauda, em geral acompanhada de uma mononadadeira (semelhante a pés de pato unificados), aumenta o risco de afogamento porque afeta o equilíbrio corporal e impede que a pessoa fique em pé dentro d’água. A união dos pés também aumenta a dificuldade para nadar.
Apesar dos riscos levantados pela SBP e pela Sobrasa, uma marca brasileira de caudas de sereia e tubarão afirma que seus produtos, além de terem sido testados para garantir a segurança dos usuários, receberam um certificado de conformidade do Instituto Nacional de Avaliação da Conformidade em Produtos, que autoriza a comercialização com o selo do Inmetro. O fabricante brasileiro destaca a importância de seguir as instruções do manual de segurança, como ser usado somente por nadadores experientes e sob supervisão de um adulto.
Sem selo
Contatado pela reportagem se elas possuem selo de segurança de brinquedo, o Inmetro respondeu por email que a empresa não possui esse selo, visto que “as caudas de sereia não são produtos passíveis de certificação compulsória por nenhum programa de avaliação da conformidade implantado pelo instituto”, que se restringiu a fazer “uma avaliação do impacto regulatório do produto, sob o ponto de vista social e econômico, de forma a avaliar a viabilidade de desenvolver um regulamento.” Por não se tratar de um produto regulamentado pelo instituto, o Inmetro diz não impor qualquer tipo de restrição para seu uso, mas alerta que o produto seja utilizado apenas sob supervisão de pais e responsáveis, pelo risco de afogamento.
Sem respirar
Segundo a professora Ester Mendes, da Metodologia Gustavo Borges, as sereias de apresentações de parques aquáticos, em filmes ou em eventos festivos, são nadadoras bastante experientes, acostumadas à prática da apneia e à realização de habilidades aquáticas mais complexas, como as usadas no nado sincronizado. Mesmo acostumadas, elas ainda treinam bastante com a cauda de sereia antes de se apresentar em público. A tentativa de ficar mais tempo submerso pode eventualmente provocar o apagamento e a morte, e o fato de a atividade promover o uso de longos cabelos e soltos, aumenta o risco de sucção pelo ralo da piscina.
Confira o vídeo de um salvamento retirado do site da Sobrasa.